Após o sucesso do giro pela Europa, onde encontrou chefes de Estados e lideranças políticas e discursou no Parlamento Europeu, Lula começa a compor sua agenda para a viagem aos EUA a partir de pedidos que estão sendo feitos.
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Segundo a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a viagem, que deve acontecer em fevereiro do próximo ano, já tem confirmadas reuniões com ex-pré-candidato democrata à Presidência dos EUA, Bernie Sanders, além de um encontro com financistas em Wall Street, onde está localizada a Bolsa de Valores de Nova York.
A programação ainda inclui palestra em uma universidade e não está descartado um encontro o ex-presidente Barack Obama que, em 2009, apontou Lula como "o cara".
Um encontro com o atual mandatário, Joe Biden, também está sendo avaliado por assessores dos dois líderes.
A viagem já é vista como um pesadelo por Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe. Caso repita nos EUA o sucesso que fez na Europa, Lula pode ofuscar a imagem do atual presidente, que se afastou da Casa Branca após Donald Trump perder as eleições para Biden.
Sucesso na Europa gerou interesse nos EUA
Os discursos de Lula na Europa, que direcionaram temas para o enfrentamento na guerra de narrativas contra a ultradireita capitaneada por Donald Trump, que se estendeu para o mundo – inclusive com a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil -, chamaram a atenção de lideranças democratas dos EUA.
Mesmo recheado de críticas a políticas históricas dos EUA – como o bloqueio econômico a Cuba -, Lula norteou seus discursos para uma pauta universalista, enfatizando a necessidade da formação de uma “governança global democrática”.
Defendendo que a esquerda estenda a mão aos famintos e fragilizados, em uma pauta que tenta ser sequestrada pela ultradireita, Lula focou a questão ambiental como pauta prioritária a ser debatida em todo o mundo.
“Além dessa questão da fome, da desigualdade. Eu saí da cadeia com outra disposição. A questão ambiental não é mais só questão dos ambientalistas. A questão ambiental não é mais do Partido Verde, da classe média sofisticada, intelectual. A questão ambiental é uma questão do povo brasileiro, do povo espanhol, do povo do planeta Terra. Nós só temos ele”, afirmou.
O discuso vai ao encontro do que defende o governo Joe Biden, que durante a campanha criticou duramente Bolsonaro – associado a Trump – pela destruição da Amazônia.
“A questão da Amazônia, a gente tem que deixar claro que a Amazônia é um território brasileiro, portanto o Brasil é soberano. Agora a riqueza da biodiversidade amazônica tem que ser compartilhada com o mundo.”
Lula ainda enfatizou a necessidade de se formar parcerias para pesquisas na floresta para oferecer melhores condições de vida a 25 milhões de pessoas que moram na região amazônica.
“Nós não queremos transformar a Amazônia em um santuário da humanidade. O que nós queremos é explorar cientificamente a riqueza da biodiversidade para dela ver se tira alguma coisa para ajudar o povo brasileiro e o povo do mundo”, afirmou.