O Congresso Nacional derrubou, nesta sexta-feira (17), o veto de Jair Bolsonaro (PL), que pretendia diminuir mais da metade o valor do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões. Na Câmara, o placar apontou 317 votos contra 146 e, no Senado, 53 a 21.
Em mais uma das contradições que envolvem Bolsonaro, o seu partido, o PL, foi um dos que mais se empenharam pela manutenção do valor do fundão.
O presidente não fez esforço nenhum para convencer sua base a votar com ele, que pretendia que o valor do fundão fosse reduzido para R$ 2,1 bilhões, proposta encaminhada ao Congresso e votada nesta sexta.
O PT foi um dos partidos que votaram pela queda do veto de Bolsonaro. “A votação é entre aqueles que defendem o financiamento público e aqueles que defendem o financiamento privado. Por isso, o voto da minoria é não”, declarou o deputado José Guimarães (PT-CE).
MDB, PSB, PSDB, PDT, PCdoB, Solidariedade e Republicanos orientaram os respectivos parlamentares a votar pela derrubada do veto presidencial.
Em contrapartida, PSOL, Novo e PSL se manifestaram favoravelmente ao veto de Bolsonaro.
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), líder do partido, afirmou que não é contra a existência do fundo público de campanha, porém, a quantia de R$ 5,7 bilhões “não é razoável”.
“Querem colocar R$ 5,7 bi no fundo eleitoral. Somos contra. Defendo financiamento público de campanha, acho que o financiamento privado-empresarial uma aberração, corrupção institucionalizada. Mas sejamos minimamente razoáveis, 5,7 bi?”, questionou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Vice da Câmara também defende financiamento público
“Fizemos uma opção no país de vedar o financiamento privado. E, então, só tem um caminho: financiamento público. Nós estamos decidindo aqui, em tese, se reafirmamos aquela decisão lá atrás ou se vamos ter que rediscutir a possibilidade de financiamento privado”, disse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM).