Elogiando de forma inacreditável a política econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes, com quem se encontrou na última semana, o empresário Abílio Diniz, acionista do Carrefour, acredita que Lula (PT) deve se dirigir para o centro durante a campanha e diz que uma possível chapa com Geraldo Alckmin (PSDB) "pode dar coisa boa".
"Eu não queria falar de pessoas. Nem sequer o meu genro, Luiz Felipe d’Avila [pré-candidato do Novo], eu vou apoiar”, disse Diniz que evitou falar diretamente nos candidatos à eleição de 2022 em entrevista ao Valor Econômico desta quarta-feira (15).
Apoiador da chamada terceira via, o empresário afirma ter certeza que a disputa eleitoral "vai ser centrada na economia, na geração de emprego" e que pretende examinar os "planos econômicos" dos candidatos e não os nomes.
"O Bolsonaro terá o Paulo Guedes, o Sergio Moro tem o Affonso Celso Pastore, que é um grande nome e foi um gol de placa, o João Doria com o (Henrique) Meirelles. O Lula não sei ainda", afirmou.
O jornalista diz, então, que "Lula já disse que é contra privatizações, que poderia interferir no preço da gasolina. É um discurso que não agrada parte do empresariado". "O senhor acredita que o Lula pode seguir para o centro?", indaga.
"Ele vai para o centro", responde Diniz.
Em seguida, ao comentar que acredita numa terceira via, Diniz fala das negociações de Alckmin com Lula.
"O Moro está na frente nesse grupo que forma a terceira via, mas o Doria pode crescer. Eu conheço profundamente o Alckmin e o Lula. Acho que eles são diferentes, mas se quiserem se juntar, tudo bem. Ao se juntar coisas diferentes, de repente sai alguma coisa boa", afirmou, sinalizando um possível apoio.
O empresário diz ainda que desde 7 de Setembro, quando Jair Bolsonaro (PL) recuou da tentativa mais clara de golpe até o momento, o Brasil "está mais calmo", embora não esteja "ideal" para investidores e elogia Paulo Guedes.
"É preciso apoiar o Paulo e as pessoas que estão trabalhando pelo Brasil. Pode falar o que você quiser, mas estão trabalhando pelo país. Se estão errando, talvez as pessoas errem. A ideia do plano econômico dele é consistente e era o melhor para o Brasil neste momento. Algumas coisas saíram do controle? Isso acontece. Se tem alguma coisa que está andando bem no Brasil é a economia", diz.