Após o presidente Jair Bolsonaro se filiar ao PL, o vereador paulista Thammy Miranda (PL) anunciou sua saída do partido. Em um vídeo nas redes sociais, o primeiro homem trans eleito para a Câmara Municipal de São Paulo disse que já sofreu ataques pessoais da família do presidente.
"Com a ida do presidente para o Partido Liberal, do qual eu faço parte, estou dando entrada na minha desfiliação. Eu vou sair do partido. A gente tem ideias diferentes, além de que eu já sofri ataques pessoais de membros da família do presidente, inclusive contra o meu filho, quando ainda era recém-nascido", afirmou o vereador.
Thammy, eleito em 2020 com 43.297 votos – o 9º mais votado da capital – disse que não entrou na política "para atacar ninguém, nem para desrespeitar qualquer pessoa".
Ele disse ainda que "o meu foco é trabalho, representar pessoas. Vou seguir fazendo o meu trabalho, pelo qual fui eleito, sem me preocupar com o partido, mas de olho no que as pessoas precisam.
Outra baixa
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), também se desfiliou do partido. Em entrevista ao UOL News, o político ressaltou que a filiação do presidente da República ao partido torna sua presença "incompatível" no partido.
"Talvez eu não seja a pessoa adequada a dar boas-vindas a Bolsonaro no PL. Torna incompatível a minha presença no partido. Muito difícil a minha permanência", afirmou.
O deputado citou PSB, PSD e Republicanos como exemplos de siglas às quais ele pode se filiar. Na avaliação dele, a sigla ainda vai perder integrantes fiéis com a chegada de Bolsonaro.
Corrupção
Ao lado de Valdemar da Costa Neto, que já foi condenado e preso por corrupção, Jair Bolsonaro abandonou uma de suas principais bandeiras da campanha de 2018 ao se filiar ao PSL, um dos partidos mais fisiológicos do Centrão, em ato na manhã desta terça-feira (30) em Brasília.
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Durante seu discurso, de pouco mais de 15 minutos, Bolsonaro não tocou no tema da corrupção, um dos seus principais discursos junto a apoiadores da ala mais radical.