Por Cafezinho e Diário do Centro do Mundo
(Numa parceria entre Diário do Centro do Mundo e Cafezinho, foram obtidos trechos do banco de dados da operação Spoofing, que investigou o vazamento de mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato, além do ex-juiz Sergio Moro. Esse post traz algumas mensagens. Virão outros textos nos próximos dias)
No dia 24 de outubro de 2018, Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, tinha pressa.
Faltavam quatro dias para o segundo turno das eleições presidenciais.
Como se soubesse que Sergio Moro, juiz responsável pela operação, estava de saída, Dallagnol pressionava colegas para que apresentassem cinco novos casos ao magistrado.
“Começaram a levantar os 5 casos pra apresentarmos ao Moro?”, pergunta Dallagnol.
E acrescenta: “não temos muito tempo”.
Os diálogos foram obtidos com exclusividade por essa reportagem em mensagens analisadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing. Você pode ler mais reportagens desta série aqui: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Dallagnol avisa que “aproveitaremos tb pra usar num ofício pra RD [Raquel Dodge, procuradora-geral da República] pedindo mais gente, de maneira a “prevenir responsabilidades [?]”.
Laura Tessler responde no mesmo tom, dizendo que estava preparando casos envolvendo parlamentares, governadores e… ex-presidente.
Ela menciona ainda um caso específico, que seria “fácil e pequeno em termos de trabalho e publicidade inicial”, envolvendo o ex-presidente da Jurong, um dos estaleiros que forneciam plataformas e sondas à Petrobras.
A procuradora então sugere uma estratégia de intimidação, para forçar a “empresa vir pro acordo”: uma busca e apreensão na empresa e na residência do investigado.
Não conseguimos apurar se Dallagnol teve tempo de apresentar a Moro os “cinco casos”, antes do juiz ingressar na vida política.
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