Auxílio Brasil: Bolsonaro publica portaria com promessa virtual dos R$ 400

O novo valor só vai se tornar realidade com a aprovação da PEC dos Precatórios, fato que está cada vez mais distante de acontecer

Bolsonaro é alvo de inquérito por suposta interferência política na Polícia Federal (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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O governo Bolsonaro publicou nesta terça-feira (9), em Diário Oficial, a regulamentação do pagamento do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família.

Sem verba para cumprir a promessa dos R$ 400, o valor médio que será pago a partir do dia 17 deste mês será de R$ 217,18 mensais.

O decreto também define que, famílias com renda per capita até R$ 100, serão consideradas em situação de extrema pobreza; com renda per capita de até R$ 200, serão consideradas em "condição de pobreza".

Para a famílias consideradas em situação de pobreza extrema, os valores básicos passam de R$ 41 para R$ 49.

Além disso, o Benefício Variável Vinculado ao Adolescente vai de R$ 48 para R$ 57.

Longe dos R$ 400

O governo Bolsonaro tinha certeza de que a PEC dos Precatórios seria aprovada com facilidade na Câmara, para tanto liberou até R$ 15 milhões por parlamentar a partir do orçamento secreto.

A PEC foi aprovada em 1º turno, mas, com a nova orientação de voto do PDT e do PSB, a aprovação da PEC dos Precatórios, que permitiria ao governo pagar o valor R$ 400, se torna cada vez mais distante e, uma vez derrotada, a Proposta de Emenda Constitucional é automaticamente arquivada e só pode ser votada novamente na próxima legislatura.

Auxílio Brasil 2022

O valor de R$ 400, caso se torne realidade, terá caráter temporário, com duração até 31 de dezembro de 2022.

O novo valor médio do Auxílio Brasil começa a ser pago a partir do dia 17 de novembro para cerca de 14,6 milhões.

As pessoas que estão cadastradas no Bolsa Família não precisam fazer recadastramento, vão receber o benefício automaticamente.

PEC dos Precatórios: PDT muda de lado e vai orientar voto não

O líder da bancada do PDT na Câmara, deputado Wolney Queiroz (PE), revelou à jornalista e apresentadora do Programão da Fórum, Cynara Menezes, que a legenda mudou seu posicionamento e vai orientar voto contra a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), proposta defendida pelo governo Bolsonaro.

A PEC, que vai legalizar calotes em precatórios e é defendida por Jair Bolsonaro para financiar o programa eleitoreiro Auxílio Brasil, foi aprovada em votação de primeiro turno na última semana com margem apertada: 312 votos, quando o necessário para aprovar eram 308 votos.

Diferente de outros partidos de oposição, a bancada pedetista orientou voto “sim” à PEC. Essa posição abriu uma crise interna e fez o pré-candidato à presidência do partido, Ciro Gomes, vir à público para dizer que discorda de sua legenda e que vai “suspender” sua pré-candidatura até que a bancada reveja seus votos, já que, se tivesse orientado “não”, é provável que a PEC fosse derrubada.

A votação em segundo turno da PEC dos Precatórios está marcada para esta terça-feira (28).