O Movimento Sem Terra (MST) prevê lançamento de candidaturas a deputado estadual e federal em ao menos 15 estados além do Distrito Federal. Atualmente, na Câmara, há apenas três parlamentares reconhecidamente eleitos pelo movimento: Marcon (PT-RS), João Daniel (PT-SE) e Valmir Assunção (PT-BA).
Segundo o jornal "Valor Econômico", o Partido dos Trabalhadores (PT), que caminha ao lado do movimento desde a sua fundação, será o principal abrigo dos candidatos. Porém, também há negociações avançadas com o PSB, PSOL e PCdoB. A iniciativa tem apoio do ex-presidente Lula.
Recentemente, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, recebeu representantes do movimento na sede do partido, em Brasília. A reunião teve participação do deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato da legenda ao governo do Rio de Janeiro.
A leitura feita pelos principais formuladores do MST é que é necessária uma contraofensiva no campo institucional para que a esquerda não perca espaço.
“O MST sempre deixou com os partidos de esquerda a luta institucional no Congresso. Nosso foco estratégico vai continuar na mesma direção, que é a ocupação de terra para a reforma agrária, mas, agora, vamos também fazer a disputa institucional”, justifica Alexandre Conceição, um dos coordenadores nacionais do movimento.
A maioria dos nomes escalados para concorrer às eleições em 2022 não estão filiados a partidos políticos e nunca ocuparam cargos públicos. São militantes da reforma agrária e de outras áreas, como Marina dos Santos, ligada a Freixo, que é militante do MST desde os 14 anos.
Reconhecido por ser um organização política que tem atuado na garantia de condições dignas de vida e de trabalho para o povo brasileiro, apenas na pandemia, o MST doou mais de 5 mil toneladas de alimentos e cerca de 1 milhão de marmitas.
Além disso, a partir do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis”, já foram plantadas mais de 1 milhão de árvores em todo país e, no último mês, construídos mais de 100 viveiros da Reforma Agrária Popular, com o objetivo de impulsionar a produção de mudas e o plantio de árvores.
Recentemente, o MST foi um dos cinco escolhidos entre centenas de organizações e indivíduos para receber o prêmio de Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência multilateral da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem com foco a regulação do trabalho, especialmente no cumprimento das normas internacionais.