O deputado Paulo Ramos (PDT-RJ), um dos deputados do PDT que contrariou a orientação partidária e decidiu acompanhar a oposição no voto contrário à PEC dos Precatórios, criticou a reação do ex-ministro Ciro Gomes após o partido orientar voto favorável ao projeto. Para Ramos, Ciro já sabia da articulação feita com Arthur Lira para aprovar a proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes .
"Não acredito que eles não tenham conversado com o Ciro Gomes, porque se eles fizeram isso é muito mais condenável", afirmou Ramos à coluna Painel, da Folha.
O deputado comentou sobre a reunião de bancada que foi feita pouco antes da votação e disse que parecia que "tudo estava articulado com o Ciro e com a cúpula do partido".
O parlamentar destacou que a bancada do Ceará participou da articulação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e que isso dava um indicativo de que Ciro sabia o que estava ocorrendo.
Conforme descrito no Blog do Rovai, dos cinco deputados federais do PDT do Ceará, quatro votaram a favor dos interesses do governo Bolsonaro. O único que votou contra foi Idilvan Alencar, que é acusado de ter mudado de posição na última hora e de ter sido um dos articuladores pelo voto “sim”, dialogando inclusive com sindicatos de professores.
A reação de Ciro de suspender a pré-candidatura pela legenda parece, dessa maneira, ter relação com outras questões envolvendo o ex-ministro e seu partido.
PEC dos Precatórios
Com manobra de Lira, a Câmara aprovou nesta madrugada a proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes como forma de estabelecer o Auxílio Brasil, programa temporário que surge para substituir o consolidado Bolsa Família. Parlamentares de oposição apelidaram a proposta como “PEC do calote” e “PEC da chantagem“.
O PDT foi muito cobrado pela posição, principalmente após o resultado final da votação mostrar um placar apertado - a PEC obteve apenas 4 votos além do necessário para a aprovação.