Rodrigo Janot, ex-procurador Geral da República, é o novo alvo do partido Podemos para as eleições de 2022. A legenda, que pretende representar os resquícios do lavajatismo, já deve contar com o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dalagnol.
Segundo o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Janot está em tratativas com o Podemos de Álvaro Dias e deve decidir até março se ingressa na legenda. Ele ainda não sabe para qual cargo concorreria.
Em setembro de 2019, Janot chocou o mundo político ao revelar que tinha um plano para assassinar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar] e depois me suicidar”, disse me entrevista. A motivação para o assassinato seria a difusão de uma “história mentirosa” sobre a filha de Janot por parte de Gilmar. A atitude teria sido uma retaliação ao fato de que o ex-procurador havia pedido a suspeição do ministro.
Em resposta, o ministro chamou Janot de “potencial facínora” que estaria acometido de “um problema grave de caráter psiquiátrico” e que deveria procurar auxílio profissional. Gilmar pediu a revogação do porte de Janot e a proibição de que ele visite a Corte. A Polícia Federal apreendeu a arma.
Podemos, o partido da Lava Jato
A possível entrada de Janot formaria uma "trinca" lavajatista no Podemos. O partido irá filiar o ex-ministro Sergio Moro na próxima semana e deve contar ainda com Dallagnol, que foi coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato.
O procurador anunciou nesta quinta-feira (4) que irá abandonar o Ministério Público para buscar um cargo eletivo na política. Dallagnol deve buscar uma vaga na Câmara dos Deputados. Ele ainda não informou se irá, de fato, entrar no Podemos, mas a proximidade com Moro indica que irá por esse caminho.
Apesar de atuarem em funções distintas, mensagens interceptadas indicam que Moro e Dallagnol colaboraram de forma ilegal entre si durante a Lava Jato com o objetivo de condenar o ex-presidente Lula e outras figuras políticas.
Outras ilegalidades cometidas por Moro fizeram com que o STF o reconhecesse como juiz suspeito no caso e anulasse todos os processos referentes ao ex-mandatário.