A aprovação da PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), ocorrida na madrugada desta quinta-feira (4) e que contou com apoio do PDT de Ciro Gomes, causou revolta nas redes sociais.
Defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro Paulo Guedes, o texto cria um “espaço fiscal” para que o governo gaste até R$ 100 bilhões a mais no orçamento.
Parlamentares de oposição apelidaram a proposta como “PEC do calote” e “PEC da chantagem“. Entre os partidos de oposição, somente o PDT orientou voto a favor da proposta encabeçada pelo governo Bolsonaro.
O humorista Felipe Neto, que já demonstrou mais de uma vez apoiar a pré-candidatura de Ciro à Presidência, fez críticas ao PDT. "Para mim foi a gota d’água. @PDT_Nacional tome vergonha. PEC do calote é a puta que pariu. Não sei quem foi que enlouqueceu por aí, mas chega. Não dá mais não", escreveu o youtuber.
Filiado ao partido, o jurista Túlio Gadêlha afirmou: "PDT vacilando. A história vai cobrar". Tico Santa Cruz, cantor, líder da banda Detonautas e apoiador da pré-candidatura de Ciro, também reagiu duramente à posição da legenda durante a votação da PEC.
Parlamentares da oposição, que em sua grande maioria votaram contra a proposta, também se manifestaram. "Madrugada vergonhosa para o parlamento. O centrão rasgou o regimento e usou o desespero dos brasileiros com fome para fazer farra com dinheiro público", escreveu o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) em sua conta oficial no Twitter.
O projeto foi pleiteado como forma de estabelecer o Auxílio Brasil, programa temporário que surge para substituir o consolidado Bolsa Família. Freixo ressaltou que é a favor do pagamento do auxílio, mas que isso poderia ser feito sem que "o governo dê um calote de R$ 90 bilhões no Brasil".
O deputado federal Alexandre Padilha (PT) lembrou que a PEC foi aprovada com votos de quem se dizia oposição ao governo Bolsonaro. "A história cobrará de quem se juntou ao bolsonarismo pra eternizar a população na pobreza", escreveu.
A deputada Tabata Amaral (PSB) chamou a PEC de "gambiarra do governo para tentar garantir a reeleição". "Falta decência para enfrentar os supersalários e pôr um fim ao toma lá dá cá de emendas em troca de apoio, para aí sim abrir espaço fiscal para a urgente ampliação de programas sociais", afirmou a parlamentar.