Colecionando desafetos no alto escalão do tucanato, o governador de São Paulo, João Doria (SP), caiu em um golpe armado pela cúpula do partido em São Paulo, que oficializou na manhã deste domingo (21) o nome do vice-governador, Rodrigo Garcia, como candidato ao governo do estado em 2022.
O anúncio da homologação do nome de Garcia aconteceu antes do resultado das prévias que o partido realiza para definir o candidato à Presidência.
Doria concorre com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.
Na prática, a oficialização do nome de Garcia fecha as portas para o atual governador tentar a reeleição, caso seja derrotado nas prévias tucanas.
Desde que venceu as eleições a governador em 2018 com a dobradinha BolsoDoria, o fundador da Lide, um novato no partido, tenta controlar o PSDB com mãos de ferro e vem colecionando desafetos, como o ex-governador Geraldo Alckmin, que ameaça deixar o partido dependendo do resultado das prévias presidenciais.
Doria teria provocado desânimo até mesmo no grão-tucano Fernando Henrique Cardoso, que se afastou do debate interno do partido e torce por uma vitória do governador gaúcho nas prévias.
O descontentamento da sigla com Doria fez com que Eduardo Leite se tornasse o favorito para vencer a disputa interna. Até mesmo membros da comissão das prévias fizeram questão de definir apoio ao gaúcho na véspera da votação, irritando o paulista.
Caso se confirme a vitória de Leite, Doria ficará sem opção para disputas a cargos executivos no próximo ano e terá que brigar para ser o candidato do PSDB ao Senado ou então disputar uma cadeira na Câmara, o que rejeita até o momento.