Sócio de Trump e "príncipe" herdeiro, deputado bolsonarista diz que 15 de novembro é "dia do golpe"

Trineto da princesa Isabel, Luiz Philippe de Orleans e Bragança elegeu-se para seu primeiro mandato na Câmara Federal após fazer fortuna no mercado financeiro

Luiz Philippe Orleans e Bragança com Jair Bolsonaro e com General Villas Bôas (Montagem)
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Sócio de Donald Trump em uma empreitada digital para dar voz ao ultraconservadorismo, o deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), "príncipe" herdeiro da família real brasileira, foi às redes nesta segunda-feira, 15 de novembro, ironizar a proclamação da República.

"Hoje é 15 de novembro #diadogolpe", tuitou o deputado, que chegou a ser cotado como vice de Jair Bolsonaro (Sem partido) e briga para dar um golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), aumentando o número de ministros de 11 para 15 com indicação direta do presidente - sem passar pela sabatina no Senado.

A Proclamação da República aconteceu no dia 15 de novembro de 1889 e foi resultado de uma articulação entre militares e civis insatisfeitos com a monarquia.

Assim como hoje, à época, os militares reclamavam do direito de expressarem suas posições políticas - o que foi banido pela monarquia -, além de se mostrarem insatisfeitos com os salários.

A burguesia também estava descontente com Dom Pedro II e negociava maior participação política via eleitoral, além de estarem insatisfeitos com a abolição da escravatura.

Trineto da Princesa Isabel, deputado fez fortuna no mercado financeiro

Trineto da princesa Isabel, Luiz Philippe de Orleans e Bragança elegeu-se para seu primeiro mandato na Câmara Federal após fazer fortuna no mercado financeiro.

Diretor financeiro da Digital World Acquisition, o deputado entrou em sociedade com Donald Trump na empreitada de lançar uma empresa midiática para dar voz ao ex-presidente dos EUA e ao movimento ultraconservador internacional. Embora tenha apenas 1% das ações, o parlamentar está lucrando com a parceira, assinada diretamente com Trump.

Em maio, Orleans e Bragança lançou um "livro-manifesto pela liberdade de expressão na internet" e contra as grandes empresas de tecnologia que "têm a falsa premissa de defesa da democracia".

O livro, que nada mais é que uma coletânea de seus tuites, faz uma comparação das redes sociais à "caça às bruxas ou Inquisição do século XXI".

Formado em Administração de Empresas na FAAP e mestre em Ciências Políticas pela Universidade Stanford, Luiz Philippe é o primeiro descendente direto de Dom João VI a chegar ao Congresso em 132 anos. Ele foi eleito com 118,4 mil votos.

Antes disso, fez carreira no sistema financeiro e teve passagens em bancos de investimento como JPMorgan, em Londres, e Lazard Freres, em Nova York, nos anos 1990. Também foi diretor de desenvolvimento de negócios da America Online (AOL) na América Latina.

No Congresso, o deputado luta para mudar a Constituição de 1988, que segundo ele "viabiliza sonhos dos grupos de interesse e limita os do cidadão e dá amplos poderes à burocracia e poucos para o cidadão". Fora do parlamento, o príncipe interage com grupos que pedem a volta à monarquia, para dar um novo golpe e chegar ao poder.