Sérgio Camargo defende mudar nome de Fundação Palmares para Fundação Princesa Isabel

Conhecido por fazer declarações absurdas, bolsonarista vai homenagear Princesa Isabel em evento conservador que participa neste domingo (14)

Sérgio Camargo e monarquista Dom Bertrand. Reprodução/Twitter Sergio Camargo
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No mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra, Sérgio Camargo soltou mais uma de suas declarações absurdas. Participando de um evento conservador em Florianópolis, Santa Catarina, neste domingo (14), Camargo disse que "defende que o nome" da Fundação Palmares, da qual é presidente, seja alterado para Fundação Princesa Isabel.

O bolsonarista também afirmou que ela seria homenageada no evento por ele e por Dom Bertrand, monarquista brasileiro e porta-voz do Ramo de Vassouras da Família Orléans e Bragança. "De qualquer forma, a imagem dela [Princesa Isabel] será destacada na nova sede da instituição, que logo será reformada", escreveu Camargo.

https://twitter.com/sergiodireita1/status/1459937043002368007?s=20

Camargo é um peso-pesado da tropa de choque do presidente de extrema direita que ocupa o Palácio do Planalto. Desde que foi nomeado para o órgão público, ele ocupa seus dias fazendo publicações odiosas, recheadas de xingamentos e de opiniões abjeta, o que para muitos é apenas uma forma de chamar a atenção, num desses casos que só a psicologia e psiquiatria explicam.

Protagonismo dado à Princesa Isabel é criticado

No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que resultou na abolição da escravidão, e colocou fim a quase quatro séculos de barbárie contra a população africana e afro-brasileira. No entanto, o protagonismo dado à ela é muito criticado pelo movimento negro.

Em artigo escrito para a Revista Fórum, Raphael Silva Fagundes ressalta que "quando se cultua a princesa Isabel, cultua-se a cultura branca, conservadora e católica".

Douglas Belchior, historiador e membro da Uneafro Brasil, diz que o "movimento negro desconstrói as ideias do dia da libertação e da princesa Isabel como libertadora e redentora". Por isso, o dia 13 de maio vem sendo reivindicado para reflexão sobre a abolição inacabada e a mentira construída em cima disso. "A população negra continua estruturalmente no mesmo lugar em que estava no dia seguinte à abolição”, afirma.