O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou em entrevista à Veja, nesta segunda-feira (4), que pode desistir de sua candidatura à presidência para fortalecer a chamada "terceira via", caso seja necessário.
O tucano, que disputará prévias no PSDB com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vem apresentando intenção de voto pífia nas principais pesquisas eleitorais, com índices que variam entre 2% e 4%.
“Se ficarmos fracionados, não teremos uma terceira via. Teremos Lula ou Bolsonaro sucedendo a esse governo, o que seria um desastre. Todos nós que somos pré-candidatos temos que ter a humildade de abrirmos mão, se necessário, em torno de um nome que possa ser vencedor", declarou ao ser perguntado se desistiria da candidatura para apoiar, por exemplo, o Luiz Henrique Mandetta (DEM) ou Sérgio Moro (sem partido). Ambos também aparecem com menos de 5% nas pesquisas eleitorais.
Doria, Mandetta e Moro se reuniram em um jantar, na última semana, para discutir o cenário eleitoral e a chamada "terceira via".
Lula ironiza
Primeiro colocado em todas as pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Lula (PT) ironizou em entrevista à rádio Capital, de Cuiabá (MT), na última semana, a insistência dos veículos da mídia liberal no discurso da chamada “terceira via” e defendeu que todos os partidos lancem candidatos à presidência em 2022.
“As eleições serão em dois turnos, então todo mundo lança candidato. Vamos ver a força de cada partido político, de cada candidato, e os dois mais votados vão para o segundo turno. Esse deve ser o jogo mais democrático”, disse Lula, lembrando que disputou as eleições em 1989 com outros 12 candidatos.
O ex-presidente ainda alfinetou a Globo, que no dia 25 de setembro promoveu um debate entre Ciro Gomes (PDT), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Alessandro Vieira (Rede) sobre a terceira via.
“O que acho que deve acontecer agora é que em vez das pessoas ficarem discutindo uma terceira via, seria importante que dos 32 partidos que nós temos funcionando no Congresso Nacional todo mundo lançasse candidato. E não ficar procurando candidato como se os setores da comunicação estivessem fazendo um vestibular para ver que vai disputar a Presidência. Isso diminui a política”, disse.