Lula (PT) continua requisitado pela imprensa internacional. Ele declarou que não é necessário desmatar a Amazônia para plantar soja ou criar gado. O ex-presidente falou à TV TRT World, da Turquia, em entrevista concedida à jornalista Ghida Fakhry, ao programa Bigger than Five, veiculada neste sábado (30).
O petista defendeu que a floresta em pé é mais rentável do que tombada e chamou atenção para a responsabilidade dos países em promover um desenvolvimento econômico alinhado às questões ambientais.
“Nós queremos, efetivamente, dizer ao mundo inteiro: não precisamos desmatar a Amazônia para plantar soja ou criar gado, o Brasil tem terras incomensuráveis para plantar sem precisar derrubar. O que nós precisamos é convencer a sociedade de que a floresta em pé pode ser mais rentável para o desenvolvimento do Brasil do que a floresta tombada”, destacou.
“Nenhum país do mundo pode pensar qualquer política de desenvolvimento que não leve em conta, de uma vez por todas, a necessidade de nós respirarmos um ar puro”, afirmou Lula.
O ex-presidente ressaltou, ainda, que é preciso ter menos agrotóxicos nas produções de alimento, ter água potável no planeta inteiro e se evitar o degelo das camadas polares da Antártica.
ONU
Lula enfatizou, também, a importância do papel da Organização das Nações Unidas (ONU). “É preciso mais responsabilidade e a ONU pode cuidar disso. Agora, se a ONU tiver uma representatividade. Eu posso dizer que vou brigar muito para que a ONU volte a ter um papel representativo e democrático na sociedade”, disse.
O ex-presidente relembrou a relevância do Brasil na 15ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em 2009, quando o país, em seu governo, conseguiu reduzir o desmatamento na Amazônia.
“O Brasil assumiu o compromisso de diminuir em 80% o desmatamento da Amazônia e cumprimos. Agora, os outros países precisam cumprir aquilo que falam. Em se tratando de meio ambiente, tem muita gente boa de discurso e muita gente que não coloca em prática 10% do discurso que faz”, criticou.
Assista à íntegra da entrevista de Lula: