Governo Bolsonaro desmarca reunião com caminhoneiros: "Encomendando a greve"

Deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, afirma que não há previsão de novos encontros para negociação

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A Secretaria Especial de Articulação Social do governo federal desmarcou uma reunião que aconteceria nesta quinta-feira (28) com o deputado Nereu Crispim (PSL-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, e outros representantes da categoria.

Segundo o governo, teria sido veiculado na imprensa que ministros estariam presentes no encontro, o que não é verdade. A notícia frustrou Crispim, que disse ao Painel, da "Folha de S. Paulo", que o governo Jair Bolsonaro está encomendando a paralisação de 1º de novembro e que não há previsão de novos encontros para negociação.

O encontro serviria para tratar de pautas da categoria, especialmente a política de reajuste de preços de combustíveis da Petrobras. Neste domingo (24) Bolsonaro disse, ao sair de evento junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que o valor dos combustíveis aumentará a partir desta segunda-feira (25).

Apesar do Palácio do Planalto afirmar que Crispim tenta se promover às custas do governo, Wallace Landim, o Chorão, líder da greve de 2018, aponta o deputado como o negociador parlamentar da categoria, o que só aumenta o problema do governo com os caminhoneiros.

Até pouco tempo aliados de primeira hora, os motoristas têm se mostrado insatisfeitos com decisões tomadas por Bolsonaro, como o auxílio de R$ 400 mensais, que consideram baixo.

Ao Painel, Crispim chamou o auxílio de "esmola" e disse que Bolsonaro e Guedes hoje "só trabalham para banqueiro e investidor da Bolsa de Valores".

O deputado também criticou a conduta do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, principal interlocutor da categoria até o momento.

"A única pessoa que não queremos que participe de uma reunião com caminhoneiros é ele. Não fez nenhuma entrega por caminhoneiros autônomos. Fazemos questão de que não participe. Ele se dizia autorizado pelo governo para tocar essas pautas e nunca resolveu nada, desde 2018. Sempre conversa fiada", afirmou o parlamentar.