O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que acionará a Polícia Federal para investigar se foi espionado pelo governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) após denunciar irregularidades na compra da vacina Covaxin.
Em entrevista à Veja, o parlamentar contou que começou a ser perseguido e filmado por bolsonaristas após depoimento na CPI da Covid-19.
Miranda afirmou que, em uma ocasião, foi filmado ao chegar para uma reunião. A intenção dos seguidores do presidente era comprovar que ele estaria conspirando com Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, e Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, para derrubar o governo.
O deputado negou relações com ambos e declarou que só os conheceu às vésperas do depoimento na CPI. O parlamentar teme, até, que estivessem planejando "fazer algum mal ou até tirar sua vida para impedir que falasse a verdade".
“Irei entrar com um pedido de investigação por parte da Polícia Federal para saber se eu fui grampeado de forma ilegal, espionado de forma ilegal e até se estavam pretendendo fazer algum mal ou até tirar a minha vida para impedir que eu falasse a verdade", disse à Veja.
Para Miranda, a espionagem pode sido ordenada até mesmo por Bolsonaro. De acordo com ele, o presidente "desde o início estava tentando encobrir algo que ele sempre teve conhecimento que ocorria dentro do Ministério da Saúde".
"Se saiu do próprio presidente da República a autorização para espionar a testemunha, ele é cúmplice de todos os crimes que nós sabemos que ocorreram no caso Covaxin e no Ministério da Saúde”, afirmou.
“E covarde, porque ele sabe o que falou para mim e sabe o que eu levei para ele. E ele sabe que se viesse a público detalhadamente a forma como ele adjetivou as pessoas com quem hoje ele anda ombradamente ele seria sofreria processo de impeachment no dia seguinte”, completou.