O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ironizou neste sábado (16) a "estratégia" adotada pelo governo Jair Bolsonaro contra os possíveis apagões que podem surgir em razão da crise hidroenergética.
"Opa! Agora vai!", debochou Randolfe, líder da Oposição no Senado, em seu perfil no Twitter ao compartilhar notícia de que o governo Bolsonaro, através do Ministério de Minas e Energia (MME), "encomendou" chuvas à Fundação Cacique Cobra Coral.
Após ganhar notoriedade nos anos 90, durante os governos FHC, e relegado na era Lula/PT, o Cacique Cobra Coral, entidade invocada pela fundação que leva seu nome para controlar as chuvas, voltou ao Planalto às pressas a pedido do ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, na última quinta-feira (14).
Segundo informações de Cleo Guimarães na revista Veja, Osmar Santos, porta-voz de Adelaide Scritori, médium que incorpora o cacique, o ministro militar determinou à entidade: “Faça chover!”.
Em agosto, quando o país já estava em plena crise hídrica, a Fundação diz ter enviado ao governo Jair Bolsonaro (Sem partido) um alerta sobre riscos de apagão a partir deste sábado (16). “É a data-limite. Alguma coisa tinha que ser feita com urgência”, disse Osmar.
Crise e tarifa alta
O MME anunciou na quarta-feira que nem a bandeira tarifária de escassez hídrica que fez o preço da conta de luz explodir está sendo capaz de cobrir os custos para a manutenção da segurança energética do país. As distribuidoras de energia pressionam por um novo aumento alegando déficit financeiro.
À Fórum, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), membro da Comissão da Crise Hidroenergética montada no Senado e líder da Minoria, criticou a postura do governo.
“O governo insiste em negar a crise ou atribuí-la a São Pedro, quando a culpa é claramente da falta de planejamento e da incompetência. Quando entramos nesta crise hídrica já eram claros os sinais de um problema energético global”, disse o senador à Fórum.