Com o apoio da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o governo federal deu início nesta quarta-feira (13) à construção da "Política Nacional de Qualificação de Conteúdo para a Criança e o Adolescente".
A intenção é discutir a classificação indicativa e eventuais abusos e violações aos direitos da criança e do adolescente contidas em conteúdos audiovisuais. Durante a cerimônia, sem citar nominalmente a série "Round 6", que virou o maior lançamento da Netflix, Damares disse que o público infantil tem sido exposto a conteúdos que ela considera nocivos.
"A gente vem aí com a iniciativa de rever a classificação indicativa no Brasil. Todos vocês receberam no WhatsApp, com certeza, esses dias, o desespero das famílias com aquela série que tá na Netflix, de violência. Todo mundo recebeu isso. A gente recebe denúncias como essa todos os dias. Em plena 10 horas da manhã, filme de violência e as crianças na sala", afirmou.
Segundo o governo, a "iniciativa irá mapear potenciais abusos provocados por violações aos direitos da criança e do adolescente contidas em programas televisivos e conteúdos audiovisuais em geral, exibidos por emissoras de rádio e televisão, provedores de conteúdo on-line, espetáculos públicos, assim como considerar contribuições contidas em estudos, iniciativas em cursos e projetos de lei relacionados à temática."
O secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini, afirmou que a ação "não é uma imposição". Se trata de uma orientação aos pais e responsáveis e um convite a estarem cada vez mais atentos e cientes sobre os conteúdos que os seus filhos estão consumindo em casa."
O processo de classificação indicativa é uma atribuição do Ministério da Justiça e Segurança Pública e acontece por meio de uma análise que define a faixa etária a qual obras audiovisuais não se recomendam.
A Portaria Interministerial entra em vigor em 1º de novembro de 2021, com duração de um ano, e o relatório final conterá proposta para a criação da "Política Nacional de Qualificação de Conteúdo para a Criança e Adolescente".
Site da Coreia do Norte exalta "Round 6"
Um artigo publicado em um site da Coreia do Norte fez críticas a Coreia do Sul através da série "Round 6". Segundo o portal, a produção retrata como "a corrupção e os canalhas imorais são comuns" no país e apresenta a "triste realidade da bestial sociedade sul-coreana".
"O público assistiu ao drama de TV que se passa em uma sociedade sul-coreana com grande desigualdade econômica. É a atual sociedade sul-coreana, onde o número de perdedores em uma competição acirrada como empregos, imóveis e ações aumenta dramaticamente", disse o artigo, segundo informações do site NBC.
No ano passado, a Coreia do Norte também se manifestou sobre outro grande sucesso produzido pelo país rival ao elogiar "Parasita", apontado como uma obra-prima que mostra a divisão entre os ricos e os pobres na Coreia do Sul.