PSDB rompe com Bolsonaro, mas sua bancada na Câmara não

Do dia 8 de setembro, data do rompimento do partido com o governo até a semana passada, o “governismo” da bancada tucana subiu ainda mais e chegou a 88,3%

Rodrigo de Castro. Foto: George Gianni/PSDB
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O comando do PSDB anunciou no dia 8 de setembro que o partido faria oposição ao governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido). A decisão foi uma resposta da postura do presidente nos atos de 7 de Setembro. A bancada do partido na Câmara, no entanto, ignorou a decisão. Os deputados tucanos passaram a votar ainda mais alinhados com o governo do que antes do anúncio.

Além disso, as orientações do líder da bancada, Rodrigo de Castro (MG), também passaram a coincidir mais com a orientação do Palácio do Planalto do que antes da decisão tomada pelo presidente do PSDB, Bruno Araújo.

De acordo com levantamento dos repórteres André Shalders e Camila Turtelli, no Estadão, no mês anterior ao dia 8 de setembro, a Câmara realizou 70 votações nominais nas quais o líder do governo, Ricardo Barros (Progressistas-PR), fez uma orientação de “sim” ou “não” – a favor ou contra o projeto em pauta.

O líder do PSDB, Rodrigo de Castro (MG), indicou que sua bancada votasse da mesma forma que Barros em 53 vezes, ou 75,7% do total. No mês seguinte à ida do partido para a oposição, as sugestões de Castro coincidiram com as do governo em 34 vezes — ou 87% das ocasiões.

Os parlamentares não são obrigados a seguir a orientação do líder, mas as indicações de Castro resultaram num aumento do “governismo” dos deputados do PSDB. Na média, os 32 representantes do partido passaram a votar ainda mais com o governo depois que a sigla passou à oposição. No mês anterior à reunião da Executiva do PSDB, os deputados tucanos deram 1.828 votos em ocasiões nas quais houve orientação do governo. Desses votos, 1.332 foram conforme orientou Barros, resultando numa taxa de “governismo” de 78,2%. Do dia 8 de setembro até a semana passada, o “governismo” da bancada tucana subiu ainda mais e chegou a 88,3%.

No Senado, diferentemente da Câmara, o apoio é mais pontual. Com exceção do senador Roberto Rocha (MA), que atua alinhado ao Palácio do Planalto, os demais seis integrantes da bancada adotam postura “independente” ou claramente de oposição a Bolsonaro, como é o caso de Tasso Jereissati (CE).

Com informações do Estadão

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