O ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci, delator da Lava-Jato está com o nome protestado ao menos dois cartórios continua com todos os bens bloqueados judicialmente e está à procura de emprego.
De acordo com informações do repórter André Guilherme Vieira, no Valor Econômico, uma das dívidas de Palocci é a de celular da concessionária Oi no valor de R$ 199,63, correspondente ao mês de setembro de 2018. Um dos seus apartamentos, nos Jardins, em São Paulo, com valor de mercado estimado em cerca de R$ 10 milhões, tem condomínios e o IPTU em atraso.
O ex-ministro teria ainda deixado de pagar parte dos honorários devidos a seus defensores em razão de sua situação financeira, de acordo com informações de um investigador que atuou em um dos três acordos de delação de Palocci.
Palocci tem encontrado dificuldades para retomar atividades de consultoria nas áreas empresarial e financeira que havia passado a prestar após suas passagens por ministérios em governos do PT, de acordo com pessoas próximas a ele.
Palocci, que está com 60 anos, não se sente à vontade para retomar a carreira médica, já que não exerce o ofício há muitos anos.
Além de tudo isso, as delações premiadas de Palocci têm sido motivo de embates no meio jurídico, por padecerem de falta de meios críveis de corroboração dos supostos fatos narrados pelo ex-ministro.
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, em dezembro, uma decisão que excluiu a delação de Palocci de uma ação penal a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva responde sob acusação de receber R$ 12,5 milhões da Odebrecht - a quantia seria destinada à aquisição de um imóvel para abrigar uma nova sede do Instituto Lula, de acordo com o MPF de Curitiba.
Em agosto, ao julgar pedido de habeas corpus ajuizado pela defesa de Lula, a 2ª Turma do STF já havia determinado que a delação fosse retirada do processo criminal em que Lula é réu.
A maioria dos ministros considerou que a juntada dos depoimentos à ação, ordenada pelo magistrado da 13ª Vara de Curitiba a poucos dias da eleição presidencial de 2018 e após o encerramento da instrução processual, indicava a falta de imparcialidade do ex-juiz da Lava-Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro.
Com informações de André Guilherme Vieira, no Valor