Maduro diz que enviou oxigênio por solidariedade com o Brasil e apesar de Bolsonaro

Presidente da Venezuela fez fortes críticas ao brasileiro, a quem chamou de “Trump do Brasil” e acusou de “dar uma resposta mesquinha, de ódio”, em entrevista com o jornalista Breno Altman, diretor do Opera Mundi

Nicolás Maduro (foto: VTV)
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Apesar de Bolsonaro! Parece absurdo dizer isso, já que quem disse foi um presidente estrangeiro, o venezuelano Nicolás Maduro, e se refere a uma ajuda enviada ao Brasil: centenas de cilindros de oxigênio aos hospitais do Amazonas e de Roraima, que sofrem com a falta desse e de outros insumos devido à falta de ajuda do governo brasileiro.

Mas foi exatamente o que disse Maduro: que enviou e continuará enviando o oxigênio em nome da solidariedade da Venezuela para com o Brasil, e apesar de Jair Bolsonaro, que o tem como um dos seus principais inimigos geopolíticos.

“Estamos fazendo acordos para fornecer oxigênio permanentemente a Manaus. Um gesto de amor. A resposta que Bolsonaro deu foi uma resposta mesquinha, de ódio. A única coisa que deveria ter dito era ‘obrigado, muito obrigado’, e pronto”, afirmou Maduro.

A declaração foi dada em entrevista exclusiva do presidente venezuelano com o jornalista Breno Altman, diretor do Opera Mundi, que irá ao ar na íntegra nesta segunda-feira (1).

“É preciso pôr essas coisas ideológicas de lado, essa luta ideológica entre o Trump do Brasil, Jair Bolsonaro, e nós, a esquerda. No momento, temos que colocar o ser humano no centro, salvar a vida do ser humano”, completou o presidente venezuelano.

Neste sábado, o chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, também comentou a situação no Amazonas, depois que Bolsonaro afirmou que, para ele, o envio de oxigênio e insumos ao Amazonas não era responsabilidade do governo federal.

Arreaza qualificou a declaração do mandatário brasileiro como “inacreditável”, e completou dizendo que “por instruções expressas do presidente Nicolás Maduro, a Venezuela continuará enviando oxigênio para os estados de Amazonas e Roraima. É nossa obrigação moral e humana”.