Governo Bolsonaro pagou quase R$ 2 milhões em 2020 para empresa com sala vazia que vendeu leite condensado

Empresa fornecedora não possui galpão de distribuição, não tem funcionários ou sede

Meme que circula nas redes sociais ironizando a "mamata" de Bolsonaro (Reprodução)
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Novas histórias do escândalo do gasto milionário do governo federal com a compra de leite condensado - nas redes já é chamado de "Leite Condensado Gate" - foram reveladas por Daniela Abade. Entre elas, a de que a empresa Saúde e Vida, que forneceu o leite condensado, vendeu apenas 2 caixas com 27 unidades ao exército.

https://twitter.com/_danielaabade/status/1355570580163092484

A história por trás da empresa Saúde e Vida é repleta de pontos que não fecham. A dona da empresa, Azenate, é uma senhora simples que nem em Brasília vive; antes de pertencer a Azenate, o comércio era propriedade de Walmerson Ryller Candido de Araújo, 3º sargento do Exército.

https://twitter.com/_danielaabade/status/1355570597904977920

Outro dado que Abade descobriu ao estudar a planilha de recebimento da empresa Saúde e Vida é que a empresa recebeu R$ 1.780.380,54 pelo fornecimento de leite condensado. Lembrando que a empresa não possui funcionários, não tem galpão de distribuição e não tem uma sede.

Segundo reportagem da revista Época, que esteve no local nos últimos dias, a empresa opera com salas vazias e interfone quebrado no subsolo de um prédio comercial no Cruzeiro, bairro de classe média de Brasília. A loja não apresenta identificação visível ou funcionários. Além disso, as salas comerciais estão sempre fechadas.

https://twitter.com/_danielaabade/status/1355570650639904769

Em 2020, Governo Bolsonaro gastou R$ 15 milhões em leite condensado

Levantamento divulgado pelo Portal Metrópoles no domingo (25) mostra que o item está entre os principais gastos do governo em supermercado.

Segundo o (M)dados, foram R$ 15.641.777,49 gastos apenas em Leite Condensado no ano de 2020. Com base no Painel de Compras, do Ministério da Economia, o Metrópoles estimou gastos de mais de R$ 1,8 bilhão no carrinho de compras do governo, um aumento de 20%.