Paulo Galo, conhecido como Galo dos Motoboys, dos entregadores antifascistas, abriu uma vaquinha virtual para o seu novo projeto: "A Nação dos Trabalhadores". De acordo com ele, “o projeto se propõe a levar às favelas consciência de classe através da palavra de Jesus Cristo e o comunismo, buscando dar sequência a uma luta milenar dos trabalhadores”.
Galo lembra ainda que “existe força de trabalho sem patrão, mas não existe patrão sem a força de trabalho. Precisamos de uma kombi, caixa de som, microfone, extensão, gerador de energia, barraca, Exemplares do manifesto comunista entre outras coisas. O dinheiro do apoio utilizado terá uma prestação de contas nas minhas redes sociais. Agradeço desde já força de cada um!”, completa.
Entre na vaquinha virtual e ajude a Nação dos Trabalhadores aqui.
Para divulgar o projeto, o motoboy publicou ainda uma longa thread na sua conta do Twitter, nesta sexta-feira (29), onde conta sua história. Veja abaixo:
“Eu comecei a trabalhar como motoboy em 2012, anteriormente eu tinha sido motorista de uma familia rica de Moema, e mais anteriormente manobrista. Meu pai sempre me falava só fica sem emprego quem quer escolher, meu avô era motorista de ônibus
Aprendi a dirigir com 12 anos numa kombi caindo aos pedaços que meu pai tinha, modéstia a parte hj eu dirijo muito bem, sempre fui incentivado pelo meu pai a tirar a habilitação pois ele me dizia que habilitado eu teria uma profissão.
Bom meu primeiro trampo em que eu precisava passar de um período de experiencia pra ter a carteira assinada foi de manobrista, eu manobrava uns carro na Oscar Freire (rua da alta sociedade de SP)
Tinha uns bacana que ia lá com Esposa numa noite e com a amante na outra, eu atento pensava: E se eu filmase esse bacana e chantageasse ele fazia a boa, não tive essa coragem. Tinha um cliente de uma land rover branca que sempre ia lá e deixava 300,00 reais no painel
Eu toda vez me sentia tentado a pegar aquele dinheiro, nunca peguei. Um belo dia o dinheiro símio e me acusaram eu olhei no fundo do olho do playboy que me acusava e me questionava por que toda vez ele deixava esse dinheiro ali dando sopa?
Bom, fui mandado embora e logo arrumei um trampo de motorista de uma familia rica em Moema eu levava as criança pra escola, trazia levava pro curso trazia pra casa lavava o carro aspirava fazia compra fica na cozinha contando piada pras empregadas domesticas
Um belo dia a familia viajou e minha patroa me emprestou pra sogra dela por um mês. Eu cheguei na mansão no Morumbi e fiquei besta eles eram muito mais ricos a casa era imensa, tinha duas mercedez pretas idênticas na garagem
As regras ali eram diferentes ninguém podia passar da cozinha sem autorização, bom um pelo dia precisaram da minha ajuda dentro da casa, e eu podi passa da cozinha e matar minha coriosidade ver como era lá dentro
Pareci um filme tinha uma música clássica tocando, tido brilhava o chão o teto, luminaria, mármore, obras de arte pra todo canto, eu entrei em tranze um podle passou correndo na minha frente e me dispertou. Me pediram pra trocar uma lâmpada
Eu fui pegar uma escada que estava na sacada da casa, quando eu abri a porta pra sacada, a visão era a favela do Paraisópolis fiquei em xoque senti que estava no céu olhando pro inferno, fique paralisado me perguntando como aqueles ricos nao se incomodavam com isso
Como morar no céu com vista pro inferno? Pensei comigo, rico nao tem alma! Peguei a escada troquei a lampada escutei um: por enquanto é só isso Paulo! E sai odiando cada centímetro dali. Alguns meses depois pedi dentição e fui pro rio de janeiro tentar o sonho de ser musico!
No rio de janeiro atraz de um sonho dormi na rua, fui humilhado, roubado, enganado e ai decidi volta pra casa, um tio me arrumou um trampo de motoboy e meu coroa me ajudou a compra uma moto. E é isso aqui estou eu agora precisando da sua ajuda pra criar a Nação dos Trabalhadores
Que se propõem a explicar a consciência, luta e ódio de classe dentro das favelas. Nos ajude: o link. Se encontra na bio dessa pagina! Bom Dia!”