O Ministério Público solicitou ao Tribunal de Contas da União a abertura de uma investigação sobre "supostas irregularidades nos atos da administração do governo Bolsonaro" em relação aos gastos com alimentos em 2020.
No documento, o subprocurador-geral Lucas Furtado cita indícios de que houve superfaturamento nos gastos públicos, citando os R$ 15 milhões que foram gastos com leite condensado durante a pandemia do coronavírus.
"Dentre os pontos, chamo atenção para os seguintes números: só de chiclete, mais de R$ 2,2 milhões foram gastos. Pizza e refrigerante, juntos, totalizaram R$ 32,7 milhões. R$ 15 milhões foram gastos com leite condensado. Se, em tempos normais, esse banquete já não fosse um absurdo, em tempos de crise e de pandemia, não sei nem como definir tamanho descaso com o povo brasileiro", afirma o subprocurador-geral no documento.
"Além disso, ao se analisar os preços unitários de alguns alimentos, notam-se claros indícios de pagamentos em valores acima do mercado a configurar superfaturamento nos gastos do Governo", completa.
O Ministério da Defesa foi líder nos gastos com alimentos. Mais de 90% da compra de leite condensado, por exemplo, foi destinada às Forças Armadas. A Defesa justificou os gastos afirmando que o alimento compõe o cardápio pelo alto potencial energético.
“Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas”, afirma a pasta.
Em relação à compra de R$ 2,2 milhões em chiclete, o ministério alegou que o produto pode ajudar na higiene bucal das tropas em casos especiais.
Com informações do jornal O Globo