O Conselho Superior de Administração da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) vetou a contratação de Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato derrotado à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, como professor convidado do mestrado em Governança Global, na área de Relações Internacionais, após o nome dele ter sido aprovado por todas as instâncias da universidade.
"Conversamos a respeito de convidar o Boulos para ser professor durante um semestre. O novo estatuto da Puc admite essa possibilidade. Então, fizemos o encaminhamento para as instâncias acadêmicas e foi subindo, foi aprovada, desde dezembro. Ontem nós recebemos a notícia que o pedido foi indeferido ad referendum. Ou seja, tem o Conselho Superior de Administração, que chama Consad, composto por dois padres e a reitora. E pelo que parece foi a reitora - estamos esperando os documentos - indeferiu dizendo que estava fora do prazo", diz Reginaldo Nasser, Professor do Departamento de Relações Internacionais da PUC-SP e um dos autores do convite.
Para Nasser, a atitude da reitora Maria Amália Pie Abib Andery é injustificável e gerou mal-estar na comunidade acadêmica.
"Teoricamente estava fora do prazo, mas sabemos que, na Puc, todos os processos, ainda mais em pandemia, tem uma certa flexibilidade. Ainda mais que é um professor visitante. Isso seria totalmente contornável. Então, todos nós estranhamos muito, porque quando colocamos a notícia professores e alunos se manifestaram muito contentes. Inclusive o argumento é que ele abordaria políticas públicas, com toques internacionais. Na justificativa, colocamos que ele tem uma boa experiência com movimentos sociais, de demanda de política pública. e como candidato, mais ainda. Enfim, traria uma contribuição muito grande para a formação prática dos alunos", diz Nasser, ressaltando que se trata de um mestrado profissional.
Em publicação nas redes sociais, Nasser criticou a medida e disse que "pelo jeito a PUC(SP) esta mais com tendência Pondé do que Boulos".