Enquanto novos pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro seguem sendo apresentados na Câmara dos Deputados, cresce o número de representantes de diferentes segmentos sociais que vêm se manifestando em favor do impedimento do chefe do Executivo.
Nos últimos dias, alunos e ex-alunos de universidades prestigiadas têm se manifestado conjuntamente pelo impeachment de Bolsonaro. Nesta terça-feira (26), foi a vez de professoras e professores da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) lançarem um manifesto pelo impedimento do comandante do Planalto.
No manifesto, os 43 professores da UFPR que subscrevem destacaram 3 principais pontos que justificariam o impeachment de Bolsonaro: os ataques às instituições, a perseguição ao livre exercício dos poderes e à imprensa livre e a "violação do direito à saúde" no contexto da pandemia do coronavírus.
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"Há, diante de tudo isso, massivas violações a direitos humanos e evidentes e sucessivos crimes de responsabilidade que merecem, urgentemente, apuração, processamento e julgamento", diz um trecho do texto.
Confira, abaixo, a íntegra do manifesto.
As professoras e os professores da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, diante dos diversos crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente da República, manifestam-se pela abertura do processo de impeachment e de seu julgamento político.
Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro vandaliza a Constituição de 1988 ao fragilizar nosso sistema democrático com ataques infundados às instituições, notadamente as de controle e investigação: IBAMA, FUNAI, ICMbio, COAF e Polícia Federal são os exemplos mais recentes e permanentes.
O Presidente da República atenta expressa e publicamente contra o livre exercício dos demais Poderes, ataca a imprensa livre, e incentiva e apoia a perseguição a jornalistas e intelectuais que fazem um debate público e transparente sobre seu governo.
Com o advento da pandemia do novo coronavírus, Jair Bolsonaro passou a violar, individual e institucionalmente, o direito fundamental à saúde de todas e todos os brasileiros ao estabelecer uma política de governo e de Estado organizada pelo não combate à COVID-19. Assim agindo, também prejudicou a diplomacia brasileira estratégica e comercialmente, tornando o Brasil um pária.
Há, diante de tudo isso, massivas violações a direitos humanos e evidentes e sucessivos crimes de responsabilidade que merecem, urgentemente, apuração, processamento e julgamento.
- Vera Karam de Chueiri
- Sérgio Said Staut Júnior
- Ângela Couto Machado Fonseca
- André Peixoto de Souza
- Sandro Lunard Nicoladeli
- Estefânia Maria de Queiroz Barboza
- Larissa Ramina
- Miguel Gualano de Godoy
- Francisco Monteiro Rocha Jr
- Thiago Hansen
- Luís Fernando Lopes Pereira
- Melina Girardi Fachin
- Katya Kozicki
- Leandro Franklin Gorsdorf
- Ricardo Prestes Pazello
- Clara Roman Borges
- Rodrigo Kanayama
- Tatyana Friedrich
- Heloisa Fernandes Camara
- Daniel Hachem
- Carlos Eduardo Pianovski
- Taysa Schiochet
- Sidnei Machado
- Emerson Gabardo
- Eneida Desiree Salgado
- André Giamberardino
- Katya Isaguirre
- Ana Carla Harmatiuk Matos
- Liana Carleal
- Marcos Wachowicz
- Manoel Caetano Ferreira Filho
- Adriana Corrêa
- Paulo Opuska
- Marcelo Conrado
- Fabrício Tomio
- Danielle Annoni
- Abili Lázaro Castro de Lima
- Celso Luiz Ludwig (emérito)
- Cesar Antonio Serbena
- Pedro Rodolfo Bodê de Moraes
- Marco Aurélio Nunes da Silveira
- Maria Cândida do Amaral Kroetz
- Angela Cassia Costaldello
- Katie Silene Cáceres Arguello