A exposição pública, por meio das redes sociais nesta sexta-feira (22), de um suposto esquema de "barganhas por cargos" na eleição da mesa diretora da Câmara pelo PSOL feita pela deputada Luiza Erundina (SP), candidata do partido à presidência da casa, continua ataques acalorados de parlamentares da sigla.
Vice-líder do partido na Câmara, Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez um duro ataque à colega, lembrando que Erundina rompeu com a direção nacional do PT, partido a que era filiada, para se tornar ministra-chefe da Secretaria da Administração Federal do governo Itamar Franco (MDB), que assumiu a presidência após o impeachment de Fernando Collor de Mello.
"Todos nós temos história. O fato da senhora ter rompido com o PT para ser ministra de Itamar nos anos 90 não autoriza ninguém a lhe acusar de fazer a política baseada em busca de cargos. Da mesma forma respeite que no Psol defendeu que desde o primeiro um voto tático antibolsonaro", afirmou Fernanda Meclchionna.
A deputada gaúcha ainda classificou como "lamentável" o tuíte de Erundina. "Muito feio que a senhora ataque quem não acha a tática correta lançar candidato nesse cenário da eleicao da Câmara. Mesmo que sua posição tenha vencido e o PSOL tenha lançado seu nome, isso não nao lhe autorizada a atacar o PSoL".
O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) chamou de "ilação absolutamente infundada" o tuíte da parlamentar e lembrou que Erundina "já teve como vice ninguém menos que Michel Temer".
"Recorrer a este tipo de ilação absolutamente infundada é lamentável. Erundina tem uma história bonita, mas já se equivocou grosseiramente algumas vezes. Já foi ministra de governo burguês (Itamar) e já teve como vice ninguém menos que Michel Temer", escreveu David.
Para ele, ainda afirmou que "por esse caminho, a candidatura de uma companheira tão importante vai mal".
Freixo
Mais ponderado, Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou que a "barganha" denunciada por Erundina "não é verdade".
"O fato é que a entrada do PSOL na coalizão junto com os demais partidos de esquerda daria maioria ao bloco e impediria que a Comissão de Constituição e Justiça e o Conselho de Ética, por exemplo, ficassem nas mãos de aliados de Bolsonaro", tuitou.
Freixo ainda conclamou o partido a ter "maturidade e responsabilidade".
"Importante dizer que esses cargos não ficariam com o PSOL e nem Erundina teria necessariamente que retirar a sua candidatura, porque o partido pode entrar no bloco e mesmo assim lançar candidato. O momento exige maturidade e responsabilidade. É isso que o Brasil espera de nós".