A Embaixada da China no Brasil publicou em seu perfil oficial no Twitter uma nota nesta quarta-feira (20) sobre a reunião do embaixador Yang Wanming com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que tratou sobre o atraso no envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), essencial para a produção de vacinas no Brasil. A mensagem contradiz a postura do governo Bolsonaro de tentar deslegitimar Maia.
"A convite do lado brasileiro, o embaixador Yang Wanming falou hoje por telefone com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O tema foi a cooperação China-Brasil, incluindo vacinas contra COVID19", diz a nota.
"A China atribui grande importância à parceria China-Brasil e vai continuar a promover nossa cooperação e combate conjunto à pandemia", completa.
Mais cedo, Maia disse à Agência Câmara que o atraso na liberação de insumos chineses se deve a razões técnicas e não políticas e que a China deve acelerar os trâmites para a exportação para o Brasil.
"O governo chinês vai trabalhar para acelerar a chegada desses insumos. O diálogo com o governo de São Paulo e o Instituto Butantan vai fazer com que a gente consiga avançar o mais rapidamente possível. A decisão do governo chinês é atender a população brasileira", destacou.
O parlamentar ainda criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro: "É uma falta de diálogo incrível. A questão ideológica tem prevalecido sobre a questão de salvar vidas".
O Executivo tentou atrapalhar as negociações na tarde desta quarta e deslegitimar o presidente da Câmara. O ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), afirmou em rede social que "o Governo Federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês".
A nota da Embaixada parece desmentir o ministro.
"O Governo Federal vem tratando com seriedade todas as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para produção de vacinas (IFA). O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o Governo da China", disse ainda Faria.
O Senado Federal também mobiliza uma comissão para dialogar com a Embaixada chinesa.
Com informações da Agência Câmara de Notícias