Eduardo Bolsonaro deve perder Comissão de Relações Exteriores devido a crise com PSL

Setor bolsonarista do partido se tornou minoritário e não pretende mantê-lo no cargo pelo qual o filho do presidente vem atuando praticamente como um segundo chanceler

olsonaro (PSL-SP) - Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
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As brigas internas do PSL, que dividem o setor ainda fiel ao bolsonarismo e o ligado aos líderes mais longevos do partido, devem ter consequências indesejadas para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), especialmente considerando seu forte interesse por temas de política externa.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, o grupo ligado aos líderes mais antigos do partido – fiel ao presidente da legenda, Luciano Bivar –, está negociando a presença dos seus integrantes nas diferentes comissões do Congresso para este 2021, e teria decidido que não é mais uma prioridade a manutenção do comando da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, ocupado atualmente por Eduardo Bolsonaro.

O cargo foi usado pelo filho do presidente para atuar praticamente como um segundo chanceler, em forte sintonia com a atuação de Ernesto Araújo no Itamaraty.

Tal decisão seria difícil de ser revertida, já que o setor ainda fiel ao bolsonarismo está bastante reduzido, desde que o próprio presidente abandonou a legenda, em 2019, junto com os seus filhos Flávio e Carlos – a família tentou criar o seu próprio partido, o Aliança Pelo Brasil, mas a iniciativa ainda não teve sucesso.

Tanto é o isolamento de Eduardo no PSL que a maioria do partido anunciou que apoiará Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição para a presidência da Câmara. Se trata do candidato do blocão formado por Rodrigo Maia, atual presidente da casa, e principal concorrente de Arthur Lira (PP-AL), representante do bolsonarismo.