Maia diz que problema em Manaus resulta de “erro original” de negação do impacto da Covid

Em entrevista a José Luiz Datena, presidente da Câmara diz que STF não tirou responsabilidade de Bolsonaro como coordenador do SUS no combate à pandemia

Rodrigo Maia durante entrevista a José Luiz Datena, na Band (Foto Reprodução YouTube)
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta sexta-feira (15) que, em sua avaliação, o problema que está acontecendo em Manaus, com explosão das internações por Covid-19 e falta de oxigênio nos hospitais, resulta de um “erro original” da negação, “por muitos”, do impacto que a pandemia teria sobre o Brasil.

“Acho que esse debate sobre Manaus, sobre Covid, do meu ponto de vista tem um erro original que foi a negação por muitos do impacto e da consequência da Covid 19 no nosso país”, disse ele em entrevista a José Luiz Datena, no Brasil Urgente, da Band. “Eu lembro que no início as previsões do governo federal é que teríamos apenas mil mortes, como o H1N1.”

O deputado não citou diretamente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em sua fala. No entanto, o titular do Planalto sempre mostrou minimizar os impactos que a pandemia teria.

A entrevista com Maia veio na sequência de outra feita com Bolsonaro pelo apresentador. Nela, o presidente atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) , e desafiou Maia a apresentar o teor dos processos de impeachment que foram protocolados na Câmara.

Maia se referiu a ela para desmentir uma informação bastante propalada por Bolsonaro: que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril do ano passado o impediu de tomar qualquer providência em relação à pandemia. O presidente voltou a repetir o discurso na entrevista a Datena.

“Interessante como se tenta falar que o Supremo tirou a responsabilidade do presidente de seu papel constitucional, legal, de coordenador do Sistema Único de Saúde. O Supremo em nenhum momento tirou essa atribuição do governo federal”, afirmou.

“É responsabilidade do governo federal organizar o sus. É responsabilidade organizar a vacinação, que foi negada no entorno do presidente muito tempo”, declarou.