Parlamentares do PT encaminharam nesta quinta-feira (14) aos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rodrigo Alcolumbre (DEM-AP), um ofício em que pedem para que o Congresso Nacional promova uma campanha publicitária de caráter nacional em prol da vacinação contra a Covid-19.
No documento, os petistas argumentam que o presidente Jair Bolsonaro "sabota" a vacinação e o enfrentamento à pandemia e que, por isso, seria papel do Congresso assumir essa frente.
"Solicitamos que o Congresso Nacional continue a exercer seu papel de protagonismo no enfrentamento à crise causada pelo coronavírus e atue na elaboração, organização e implementação de uma Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, no sentido de informar, esclarecer e conscientizar a população brasileira sobre a importância da vacinação contra a Covid-19 e, também, contra outras doenças", diz um trecho do ofício.
A ideia é que o Congresso utilize sua verba de comunicação para financiar a campanha, que incluiria convocação de rede nacional de rádio e TV para "pronunciamento informativo" sobre a vacinação.
"Tal medida faz-se extremamente necessária uma vez que o chefe do Poder Executivo, no lugar de atuar para proteger e preservar da vida da população, age para implementar uma verdadeira campanha contra a vacinação, estimulando a proliferação de um sem número de notícias falsas sobre as vacinas contra a Covid-19", escrevem os parlamentares.
"De nada servirão os avanços da medicina na pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas, em especial contra a Covid-19, se não houver adesão coletiva da sociedade às campanhas de vacinação. De outra parte, o Estado não pode apenas esperar que essa adesão se dê de modo consciente e voluntário", completam.
O ofício é assinado pelos deputados Enio Verri (PT-PR), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Rubens Otoni (PT-GO), Reginaldo Lopes (PT-MG) e pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE).
Início da vacinação
A expectativa é que o Brasil comece a vacinação contra a Covid-19 na próxima semana, a partir do dia 20.
O início da distribuição das vacinas aos estados só começará depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso emergencial de dois imunizantes que enviaram dados para análise: a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceira com a farmacêutica chinesa Sinovac, e a vacina que vem sendo produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a britânica AstraZeneca e a Universidade de Oxford.
A Diretoria Colegiada da Anvisa decidirá se autoriza ou não o uso emergencial dos imunizantes através de votação, entre seus cinco membros, marcada para o próximo domingo (17).