O senador Tasso Jereissati (PSDB) voltou a fazer mea culpa e admitir o "erro profundo" do PSDB de pedir a recontagem dos votos das eleições presidenciais de 2014, quando Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB).
"O PSDB errou, sim. O PSDB começou a errar ali, quando pediu a recontagem de votos. Foi um erro profundo que levou a outros erros. Eu tentei, como presidente interino do PSDB, fazer um mea culpa onde erramos, mas não consegui. Nós, pelo menos, estamos aprendendo com esses erros. Demos resposta ao posicionamento que vinha sendo colocado, mas isso não justifica os nossos erros", disse Tasso, em entrevista a Renan Truffi e Vandson Lima, na edição desta segunda-feira (11) do Valor Econômico.
O tucano diz ainda que Jair Bolsonaro segue o mesmo rumo de Donald Trump nos Estados Unidos ao insistir na tese da fraude nas eleições, mas estaria trabalhando para cooptar militares e forças policiais.
"Qual a diferença? Se você olhar para entrevista coletiva do Ministério da Saúde, o ministro é militar. Os secretários são militares. Você olha as expressões que eles usam, não tem nem cacoete de médico, é puramente linguajar militar. E o mais perigoso: se você olha a agenda do Bolsonaro, ela é em grande parte dedicada a solenidades de formação de policiais militares. Eu fui governador por 12 anos. Não me lembro de nenhum presidente ter sequer cogitado vir ao Ceará para uma formatura de policial. Ele corteja as polícias militares ainda mais que o Exército", afirma.
Para enfrentar Bolsonaro, Tasso defende a chamada "terceira via", colocando Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luciano Huck como "homens de centro, de equilíbrio e que não querem conviver nesse ambiente de ódios", e diz que há "dois PTs", mas ressalta que boa parte da sigla está "na faixa dos extremos".
"O Lula, por exemplo, que é o grande líder do PT, teve um bom momento quando convocou a sociedade brasileira fazendo menção ao ‘Lulinha paz e amor’ foi um momento muito bom. Mas no momento em que virou o jogo e ele passou a chamar o “eles contra nós” começou essa divisão. Aí entrou o Bolsonaro e ficou o “nós e eles”. Então acho que o PT teve uma culpa fundamental nesse “nós e eles”".
Leia a entrevista na íntegra