O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento para o Incra em 2021 que praticamente inviabiliza a reforma agrária no Brasil. Governo propôs um corte de 99% em programas do tipo e também reduziu verbas para sem-terra e quilombolas.
Para os fazendeiros, no entanto, houve aumento no dinheiro reservado para o pagamento de indenizações judiciais aos que tiveram suas propriedades desapropriadas por improdutividade. Segundo informações da Folha de S.Paulo, 66% da verba total do orçamento - ou seja, R$ 2,1 bilhões - foram reservados para o pagamento de dívidas com ruralistas.
Já os programas Assistência Técnica e Extensão Rural, Promoção de Educação no Campo e Reforma Agrária e Regularização Fundiária tiveram redução de mais de 99% de verba. A concessão de auxílio às famílias assentadas, assim como indenização de territórios quilombolas, teve corte de mais de 90%. O monitoramento de conflitos agrários e pacificação no campo também sofreu redução de 82% e a consolidação de assentamentos rurais, 71%.
Durante a campanha, Bolsonaro chegou a classificar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como "grupo terrorista", além de já ter feito ataques racistas contra quilombolas. No início deste mês, o governo mandou cerca de 100 agentes da Força Nacional de Segurança para agir em assentamentos rurais nas cidades de Prado e Mucuri, no sul da Bahia, por um mês.