Bolsonaro reduz a zero verba para sem-terra e eleva indenização a fazendeiros

Programas de reforma agrária tiveram corte de 99% no orçamento do governo para 2021. Auxílio às famílias assentadas teve redução de mais de 90%

Jair Bolsonaro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
Jair Bolsonaro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional uma proposta de orçamento para o Incra em 2021 que praticamente inviabiliza a reforma agrária no Brasil. Governo propôs um corte de 99% em programas do tipo e também reduziu verbas para sem-terra e quilombolas.

Para os fazendeiros, no entanto, houve aumento no dinheiro reservado para o pagamento de indenizações judiciais aos que tiveram suas propriedades desapropriadas por improdutividade. Segundo informações da Folha de S.Paulo, 66% da verba total do orçamento - ou seja, R$ 2,1 bilhões - foram reservados para o pagamento de dívidas com ruralistas.

Já os programas Assistência Técnica e Extensão Rural, Promoção de Educação no Campo e Reforma Agrária e Regularização Fundiária tiveram redução de mais de 99% de verba. A concessão de auxílio às famílias assentadas, assim como indenização de territórios quilombolas, teve corte de mais de 90%. O monitoramento de conflitos agrários e pacificação no campo também sofreu redução de 82% e a consolidação de assentamentos rurais, 71%.

Durante a campanha, Bolsonaro chegou a classificar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como "grupo terrorista", além de já ter feito ataques racistas contra quilombolas. No início deste mês, o governo mandou cerca de 100 agentes da Força Nacional de Segurança para agir em assentamentos rurais nas cidades de Prado e Mucuri, no sul da Bahia, por um mês.

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