Lula sobre a regulação da Mídia: “A Globo transformou todas as mentiras do Moro e do Dallagnol sobre mim em verdade”

“Não queremos controlar a mídia, só queremos que eles digam a verdade. Se eu tô de paletó, eles têm que dizer que eu tô de paletó, não podem dizer que eu tô de camiseta”, disse Lula à Fórum

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista exclusiva para o programa Fórum Onze e Meia, nesta sexta-feira (04), que “a Globo transformou todas as mentiras do Moro e do Dallagnol sobre mim em verdade”.

A falar sobre a regulação da Mídia, o ex-presidente lembrou que quando venceu as eleições, em 2002, fez uma proposta na Fenaj (Federação nacional dos Jornalistas, de criar um conselho nacional de Imprensa. “O Ricardo Kotcho era chefe da Secom e o André Singer era porta-voz. Nós fomos bombardeados quando mandei pro congresso essa proposta. Eu fiquei muito irritado, pois achava que a imprensa tinha orgulho prório e queria um conselho próprio. Ees não defenderam, e eu retirei a proposta”, lamentou.

Lula lembrou que “em 2009, nós resolvemos fazer uma Conferência Nacional de Comunicação e chamamos todo mundo, desde as rádios populares até a Globo e quase nenhum dos grandes foi. Nós fizemos uma proposta de regular os meios de comunicação do Brasil, que ficou pronta no final de 2009. Resolvemos não dar entrada imediatamente porque era ano eleitoral. Deixamos para entrar no próximo governo, da Dilma. Não sei porque, mas o projeto não foi encaminhado para o congresso”.

“O dado concreto é que nós precisamos regular os meios de comunicação. A última é de 1962 e está carcomida, ultrapassada. Não queremos um modelo cubano, chinês. O nosso modelo era um modelo inglês. O que queríamos era que as pessoas tivessem mais participação nos meios de comunicação”, disse.

Ao comentar o assunto, Lula subir a temperatura quando lembrou que, nos seus processos, a Globo fez uma campanha de fake news. “Ela transformou todas as mentiras do Moro e do Dallagnol em verdade. Tudo isso vai ser desmascarado e eu quero que eles apontem todas as mentiras que contaram”, disse.

O ex-presidente ainda a necessidade de fazer um novo seminário para refazer o projeto da regulação da mídia, “pois hoje a questão digital entra muito mais forte”, advertiu. “O PT não precisa esperar o governo. Ele pode fazer agora, através da Fundação Perseu Abramo e criar um processo. O que não pode continuar acontecendo é que os grandes jornais sejam os donos da verdade. O fato aconteceu, digam o fato. Eu sou vítima disso desde 1989”.

Indignado, Lula disse ainda: “Não queremos controlar a mídia, só queremos que eles digam a verdade. Se eu tô de paletó, eles têm que dizer que eu tô de paletó, não podem dizer que eu tô de camiseta. Meu interesse é lutar contra a mentira. Não quero que ninguém mais passe pelo que eu passei. Imaginei que com a Dilma, por ser mulher e doutora, teria mais respeito. Pelo contrário, foi pior. Nós temos que nos reerguer e provar que existe outra forma de comunicação neste país, que é o que a revista Fórum está provando”, encerrou.

Lula na Fórum

A entrevista teve como temas a Lava Jato, o bolsonarismo e os desafios do BRASIL e da esquerda.

Participaram como entrevistadores o diretor de redação da Fórum, Renato Rovai, a editora-executiva, Adriana Delorenzo, Nilce Aravecchia, Carla Vilhena, pastor Zé Barbosa Jr, Dennis de Oliveira, Ivan Longo, Pedro Borges (Alma Preta), Cynara Menezes, Maria Frô, Plínio Teodoro e Anderson Moraes (Jornal Empoderado).

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