Onde houve quase unanimidade com respeito às apreciações ao discurso de Jair Bolsonaro na ONU foi entre as organizações ambientais. A chance de encontrar uma opinião que não seja de repúdio à fala do presidente brasileiro é diminuta, e talvez impossível.
Entre as entidades mais conhecidas, a condenação foi total. Uma matéria da DW Brasil ouviu algumas delas e recolheu diversos ardjetivos, como “delirante”, “irresponsável”, “constrangedor”, “infundado”, entre outros.
Uma das entidades que se manifestou foi o Observatório do Clima, que publicou uma nota dizendo que “Em pouco mais de 14 minutos de uma fala calculadamente delirante, o presidente mais uma vez expôs o país de forma constrangedora e confirmou as preocupações dos investidores internacionais que pensam em sair do Brasil”.
Por sua parte, o Greenpeace enfatizou que as informações usadas por Bolsonaro, que classificou como “delirantes”, acontecem em um momento em que biomas como a Amazônia e o Pantanal sofrem com devastação em níveis recorde: “a política antiambiental do atual governo está derretendo a imagem do Brasil lá fora e prejudicando a economia nacional (…) O país que antes já foi visto como liderança na questão ambiental foi o que mais destruiu suas florestas no mundo todo, em 2019, segundo dados da Global Forest Watch. Em 2020 os dados mostram que a situação só se agravou”.
Já a entidade WWF (sigla em inglês do Fundo Mundial para a Natureza) fez uma análise mais lapidária do discurso bolsonarista: “uma fala cheia de acusações infundadas e ilações sem base científica, que não condiz com o papel de um chefe de Estado”.
A WWF é a mesma entidade que o bolsonarismo costuma acusar (sem provas) de ser responsável pelas queimadas na Amazônia, devido a que recebe doações do ator estadunidense Leonardo DiCaprio, cujo ativismo ecológico o transformou em um crítico costumaz do governo de Bolsonaro.