Após a pressão de diversos deputados durante sessão realizada nesta terça-feira (22), o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira (Republicanos-SP) afirmou que vai colocar em pauta na casa a Medida Provisória (MP) nº 1000, na qual o presidente Jair Bolsonaro diminuiu o valor do auxílio emergencial pela metade. Parlamentares acreditam que a redução do auxílio pode ser derrubada caso a MP vá à votação.
"Eu já recebi mais de 10 mil mensagens, nas minhas redes sociais, em que pedem para pautar a MP 1.000. Mas há tempo ainda. Nós vamos pautá-la", disse Pereira durante a sessão.
O deputado federal André Janones (Avante-MG), criador do movimento 600 pelo Brasil, foi um dos que pressionou a presidência da Câmara nesta terça e celebrou o anúncio. "Tudo indica que ele vai pautar à tempo de retroagir. A gente precisa acreditar. Ele fala de 10 mil mensagens, mas foi muito mais. A gente precisa estar mobilizado", celebrou. "Derrubando a MP, a gente aprova as emendas que preveem o auxílio em R$600", completou.
"Essa é uma prova de que vale a pena lutar. Muito já davam como uma batalha perdida e está aí. Mas não desmobilizem, a gente precisa fazer com que ele cumpra a palavra", disse ainda.
Além de Janones, o líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE) e parlamentares de partidos de oposição, como Sâmia Bonfim (PSOL-SP), Perpétua Almeida (PCdoB-AC), Elias Vaz (PSB-GO), Erika Kokay (PT-DF), Afonso Florence (PT-BA), Wolney Queiroz (PDT-PE), usaram a palavra para cobrar a votação da MP, como mostram as notas da Câmara.
A declaração de concordância de Pereira sobre a votação da MP veio após a cobrança da líder do PCdoB sobre a necessidade de uma reunião de líderes para definir a pauta da Câmara. "Eu sinto falta de uma reunião de Líderes, para podermos discutir outros projetos que também devem ir para a pauta, especialmente a Medida Provisória nº 1.000. Já, já ela vai perder a validade, e o Congresso não se posicionou? Exatamente o Congresso, que é a favor de manter a ajuda emergencial de 600 reais criada por nós? Eu acho que nós precisamos demonstrar a altivez do Parlamento, pautar essa medida provisória, pela urgência que ela é", disse.