Após propor cortes no salário mínimo, Saúde, Educação e Segurança Pública, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) quer reservar R$ 495,5 milhões no Orçamento do próximo ano para comunicação institucional. O valor é praticamente a soma do que foi gasto nesta área do Orçamento em 2018 e 2019 e uma forte expansão frente às despesas previstas inicialmente para 2020, que foram de R$ 124,5 milhões.
A verba de publicidade do governo passou para as mãos do atual ministro das Comunicações, Fábio Faria, genro de Sílvio Santos, dono do SBT, e deputado do PSD, indicado ao cargo em junho para agradar o centrão, no Congresso.
O TCU (Tribunal de Contas da União) concluiu, em agosto, através de auditoria, que faltam critérios técnicos para a distribuição de verbas publicitárias a TVs abertas.
Reportagens publicadas pela Folha mostraram uma mudança de padrão na destinação do dinheiro para as emissoras, inclusive revelando que Fabio Wajngarten, deslocado para a secretaria-executiva do novo ministério, é sócio, com 95% das cotas, da FW Comunicação, empresa que recebe dinheiro de TVs e de agências contratadas pela antiga Secom.
Procurado, o Ministério das Comunicações não quis comentar a reportagem nem explicar como pretende usar a verba para comunicação institucional pedida.
Com informações da Folha