Demitido em janeiro após ter usado avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em viagem internacional à Índia, Vicente Santini, ex-número 2 do Ministério da Casa Civil, foi realocado no governo Bolsonaro nesta quarta-feira (16), desta vez no Ministério do Meio Ambiente, comandado por Ricardo Salles.
"O MINISTRO DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE [...] resolve: Nomear JOSÉ VICENTE SANTINI, CPF nº ***.933.481-**, para exercer o cargo em comissão de Assessor Especial, código DAS 102.5, do Gabinete do Ministro", é o que diz portaria assinada por Salles publicada no Diário Oficial desta quarta-feira.
Essa é a segunda vez que o governo tenta colocar Santini de volta no gabinete. A primeira tentativa ocorreu logo depois da exoneração do posto da Casa Civil, mas foi suspensa em menos de 24h pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele havia sido recontratado por pressão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
A demissão de Santini aconteceu após ele usar avião da FAB para se deslocar de Davos, na Suíça, onde ocorreu o Fórum Econômico Mundial, para a Índia com apenas duas assessoras. Com Onyx Lorenzoni de férias, Santini ocupava a condição de ministro em exercício.
“O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral. Ministros antigos foram de avião comercial, classe econômica. Eu mesmo já viajei”, disse o presidente na época. Apesar da conduta "imoral", Santini volta para o governo.
Família Santini
As relações do presidente com a família Santini remetem a um passado distante, quando o atual presidente conheceu na escola de artilharia do Exército, no final dos anos 70, Nelson Santini Júnior, pai de Vicente. Na época da polêmica, o irmão do novo assessor de Salles, Tenente Santini, era "o candidato de Bolsonaro" à prefeitura de Campinas, mas recuou da candidatura.