O presidente Jair Bolsonaro nomeou o professor Carlos André Bulhões Mendes como reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Carlos Bulhões foi o último colocado da lista tríplice em consulta interna da universidade, o que contraria a autonomia universitária, que tradicionalmente elege o reitor mais votado das eleições. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16).
A chapa do novo reitor, que é professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), e da também docente Patrícia Helena Lucas Pranke foi a menos votada tanto na consulta acadêmica promovida pela UFRGS quanto na eleição do Conselho Universitário (Consun). Na consulta, os atuais reitor e vice-reitora da UFRGS, Rui Oppermann e Jane Tutikian, venceram o pleito. Em segundo lugar ficou a chapa de Karla Maria Müller e Cláudia Wasserman.
Carlos Bulhões, no entanto, é aliado político do deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS), um dos parlamentares mais próximos do presidente. Nunes já havia anunciado na última quinta-feira (10) que Bulhões seria o novo reitor da UFRGS, declaração feita antes mesmo da escolha de Bolsonaro.
Repercutindo o anúncio, a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) compartilhou em seu Twitter trecho de debate dos candidatos à reitoria feito pelo YouTube. Nele, Bulhões se dizia contra a indicação de candidato que não fosse o primeiro da lista. O então candidato afirmou: “Meu desejo, respeitando a todos, é que devemos sim respeitar esse resultado e que o primeiro [colocado] seja nomeado”. O professor complementa sua resposta: “Qualquer coisa diferente disso para mim é especulação”.
Ao defender a nomeação de Carlos Bulhões, o deputado disse que seria uma "alegria" acabar com o "domínio esquerdopata" da universidade. "Será uma alegria acabar com este domínio esquerdopata que se encostou ali há quase 40 anos", disse.