O deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD), responsável pela relatoria do pedido de impeachment apresentado contra o governador Wilson Witzel na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) defendeu o o prosseguimento do processo contra o ex-juiz por enxergar "descaso com a vida e oportunismo com a desgraça".
“Não existe a meu sentir a menor dúvida de que os fortes indícios e as contundentes provas quanto à ilicitude nas mencionadas contratações e os milionários prejuízos já contabilizados aos cofres públicos não só constituem sólido embasamento a demonstrar a justa causa para a apuração do crime de responsabilidade, como pintam com tintas fortes a subversão de valores em que mergulhou a administração estadual”, diz Bacelar em trecho do relatório. "Os fatos demonstram a não mais poder a supremacia do interesse privado sobre o público, o descaso com a vida e o oportunismo com a desgraça", completa.
Segundo o relator, o governador teria vulnerado mecanismos de controle "sob o falso argumento de atendimento do interesse público". "Penso ter o Exmo. Governador agido dolosamente no atendimento do interesse privado, deixando o Estado do Rio indefeso e a população desassistida”, afirma.
A denúncia, admita por 69 votos a 0 na ALERJ, aponta mau uso dos recursos que deveriam ser aplicados no combate à pandemia do coronavírus, com superfaturamentos, além de supostas irregularidades na requalificação da Organização Social Instituto Unir Saúde, que estava suspensa.
O parecer de Bacellar vai ser votado na comissão de impeachment da Alerj na quinta-feira e precisa da maioria simples dos 25 deputados para ser aprovado. Caso passe pela comissão, vai ao plenário na próxima semana - quando será decretado o afastamento ou não das funções do governador que já está afastado por decisão judicial. Se a maioria dos 70 deputados se colocarem a favor do impedimento, será formado um tribunal misto composto por parlamentares e desembargadores.
Com informações do Estadão e do G1