O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi às redes sociais na manhã desta quinta-feira (10) para atacar o ator norte-americano Leonardo DiCaprio após uma publicação dele contra o presidente Jair Bolsonaro. O artista compartilhou uma campanha da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) que questiona empresas, governos e pessoas no geral se estão do lado da Amazônia ou de Bolsonaro.
No Twitter, Leonardo DiCaprio ainda acrescentou as hashtags "Defund Bolsonaro", "Amazônia ou Bolsonaro" e "de qual lado você está". A campanha "Defund Bolsonaro" visa o boicote financeiro de quem se beneficia das políticas ambientais do ex-capitão.
Em resposta ao ator, Ricardo Salles adotou um tom agressivo e fez propaganda de um projeto do governo que propõe o "patrocínio" de parques na Amazônia por pessoas ou empresas, tirando a responsabilidade do governo federal. Publicação foi escrita em inglês.
"Caro @LeoDiCaprio, o Brasil está lançando o projeto de preservação 'Adopt1Park', que permite a você ou qualquer outra empresa ou indivíduo escolher um dos 132 Parques da Amazônia e patrociná-lo diretamente a 10 euros por hectare por ano", disse o ministro. Coloque em prática o que está dizendo", disse o ministro. Salles usou a expressão em inglês "put your money where your mouth is", que, na tradução literal, significa "coloque seu dinheiro onde a sua boca está".
Na mesma rede social, Salles compartilhou mais cedo um vídeo que nega as queimadas na Amazônia com imagens do mico-leão-dourado, animal que vive exclusivamente na Mata Atlântica, floresta que abrange a costa sul, leste e sudeste do Brasil. O animal aparece nos primeiros segundos do vídeo, quando o locutor afirma, em inglês: "Você está sentindo cheiro de fumaça? Claro que não, pois a Amazônia não está queimando novamente".
Ao contrário do que prega o ministro, o bioma contabilizou 29.307 focos de calor no mês passado, um dos piores resultados nos últimos dez anos.