Google pede a Rodrigo Maia que exclua sites de busca de projeto para combater fake news

Em carta enviada ao presidente da Câmara, empresa estadunidense alega que controlar buscadores não ajudaria a impedir propagação de notícias falsas, mas coalizão de entidades de comunicação social defende que a medida é necessária para o projeto ser eficiente

Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu nesta segunda-feira (31) uma carta da empresa estadunidense Google, com um pedido bem específico: que não inclua os mecanismos de busca no projeto para combater a disseminação de notícias falsas.

O lobby da empresa usa o argumento de que a inclusão dos buscadores “não será efetiva, no sentido de que não ajudará a conter a propagação de notícias falsas”.

“Colocar os mecanismos de busca na proposta não vai atender à ideia de coibir condutas mal-intencionadas e distribuição de notícias falsas na internet”, alega o Google.

Vale destacar, no entanto, que a carta da empresa estadunidense é uma resposta a um manifesto anterior, enviado por uma coalizão de 27 entidades de comunicação social, que sim defendia, entre outras medidas, a inclusão dos buscadores no projeto de lei como medida necessária para fortalecer a eficiência do projeto que está tramitando no Congresso.

Outro pedido da coalizão é a garantia de remuneração de conteúdos jornalísticos, algo que, segundo as entidades, “já é praticado em países da Europa e da Oceania”.

“Obviamente, não se quer obstaculizar o usuário de compartilhamentos de notícias, que é desejável até para promover a circulação das informações apuradas e tratadas com critérios jornalísticos. A importante garantia de remuneração ao jornalismo profissional pelo seu conteúdo incorporado e rentabilizado, seja com publicidade ou coleta de dados pessoais, serve de motor de engajamento das grandes plataformas mundiais”, diz a carta das entidades de comunicação.