Caso seja eleito prefeito de São Paulo, Boulos quer instituir renda básica como seu primeiro ato

Pré-candidato do PSOL afirma ainda que tem expectativas de uma união dos partidos de esquerda para o pleito municipal

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O pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, afirmou em entrevista à rádio Bandeirantes, na manhã desta segunda-feira (31), que pretende instituir uma renda básica a todos os cidadãos da capital paulista caso seja eleito, e que este será seu primeiro ato como prefeito.

Segundo o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), foi vendida no Brasil uma "ideia falsa" de como lidar com a pandemia. "De um lado Bolsonaro que se lixa pra vida das pessoas, diz que é uma 'gripezinha'. De outro lado veio o [João] Doria e [Bruno] Covas dizendo para as pessoas 'fiquem em casa', como se fosse consultor de autoajuda", afirmou Boulos, antes de entrar no assunto da renda básica, proposta originalmente defendida pelo vereador Eduardo Suplicy (PT).

"O grande problema que nos colocou nesse abismo social e econômico é que a quarentena deveria ser tratado como um direito, e não como privilégio de quem tem condição. Os mais pobres não conseguiram fazer isolamento", disse, afirmando que a prefeitura e o estado de São Paulo deveriam ter garantido uma renda básica aos trabalhadores, como um complemento ao auxílio emergencial.

União da esquerda

Perguntado sobre um possível apoio de Lula, visto que o PT tem seu próprio candidato à prefeitura, que é Jilmar Tatto, Boulos afirmou que não pode cobrar apoio do ex-presidente, mas que ainda espera uma aliança entre os partidos de esquerda para derrotar o projeto "bolsodoria".

"Naturalmente, no cenário ideal seria que houvesse uma unidade do campo de esquerda. Tenho trabalhado para isso, não conseguimos chegar a um denominador comum. A minha pré-candidatura é a que está melhor posicionada nas pesquisas entre a esquerda. Mas vamos continuar tentando", declarou. "O Lula é a maior liderança do PT, até o momento o PT tem um candidato próprio, seria desrespeitoso da minha parte [cobrar apoio de Lula]. Tenho expectativas que possamos construir uma união", completou o psolista.

Na última semana, em entrevista à Fórum, o candidato do PT, Jilmar Tatto, afirmou que toparia participar de prévias com candidatos de outros partidos de esquerda para que seja definida qual candidatura representará o campo político na capital paulista.