Uma gravação entregue ao Intercept reforça elos antigos entre o advogado Frederick Wassef e Jair Bolsonaro que o entorno presidencial tem feito força para negar. No áudio, o dono da casa em Atibaia onde foi preso o tesoureiro dos Bolsonaro, Fabrício Queiroz, diz ter autorização de Jair para passar a defesa do então presidenciável em duas ações no Supremo Tribunal Federal para as mãos de Arnaldo Faivro Busato Filho.
Busato é o advogado que, como mostrou o jornal O Globo esta semana, recebeu de Wassef pagamentos que somam R$ 276 mil. Ele admite o pagamento, mas nega que tenha sido por defender Bolsonaro.
A conversa foi gravada em junho de 2017. Nela, Wassef fala a interlocutor que havia sido “autorizado pelo próprio Bolsonaro a botar um dos feras respeitados da advocacia” nos casos que tiravam o sono do presidenciável.
Tratavam-se de duas ações abertas contra o ex-militar de extrema direita pela deputada Maria do Rosário, do PT gaúcho, no STF. Ela foi à justiça após Bolsonaro afirmar, na Câmara, que ela “não merecia ser estuprada” por ser, segundo ele, muito feia.
Uma condenação criminal no Supremo poderia abrir margem a pedidos de impugnação da candidatura de Bolsonaro em 2018. Wassef também chama ministros do Supremo de “bandidos”.
“Isso não pode ser julgado de jeito nenhum antes das eleições. Isso é jogo de cartas marcadas. É uma coisa que me envergonha, os bandidos que se infiltraram no STF”, afirma Wassef na gravação. O Intercept excluiu da conversa as respostas do interlocutor para preservar a fonte.
Veja a reportagem completa com The Intercept Brasil