Após dois meses de críticas e três de trégua silenciosa com relação ao Palácio do Planalto, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, ensaiou uma reaproximação com o governo de Jair Bolsonaro.
Em um evento realizado neste sábado, na cidade de Caldas Novas, Caiado mudou completamente seu discurso, que nos meses de março e abril, no começo da pandemia, era de críticas duras ao presidente, por “lavar as mãos” diante das mortes por covid-19, e inclusive aludindo a uma suposta apologia à ignorância – “na política e na vida, a ignorância não é uma virtude”, foi a frase exata do líder ruralista, em uma entrevista em março.
Porém, depois de várias semanas de trégua, entre maio e este começo de agosto, surgiu um novo Caiado, disposto a reatar as relações com o bolsonarismo. Curiosamente, quando este setor volta a mostrar bons índices de popularidade nas pesquisas.
No evento de Caldas Novas, o governador goiano começou se esforçando para se mostrar alinhado com as ideias do governo com relação à pandemia, falando da necessidade de se “voltar à normalidade” e esquecendo completamente o que dizia em um passado não tão distante.
Mas a cereja do bolo foi quando comparou Bolsonaro a Juscelino Kubitschek, numa tentativa clara que bajular o presidente.
“Desde Kubitschek, Bolsonaro foi o presidente que mais investiu em Goiás”, afirmou Caiado, para satisfação do convidado, com que selou, assim, uma aliança refeita dentro deste novo cenário político.
A passagem de Bolsonaro por Caldas Novas também foi marcada por uma faixa que foi vista na grade do aeroporto da cidade, com a pergunta que ele se recusa a responder: “Bolsonaro, o Brasil quer saber: por que o Queiroz depositou 89 mil na conta da sua mulher?”.
A visita do presidente à cidade goiana também serviu para inaugurar uma usina de energia fotovoltaica, em mais um evento com cara de campanha eleitoral fora de época.