Preso na manhã desta sexta-feira (28) após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o pastor Everaldo Dias Pereira, presidente do Partido Social Cristão (PSC), foi o mesmo que batizou o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) nas águas do rio Jordão, no nordeste de Israel. A cerimônia aconteceu em 2016, enquanto o Senado votava o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.
Bolsonaro filiou-se ao PSC em março de 2016, dois meses antes de ser batizado em Israel. O partido, inclusive, foi o responsável por apresentar o ex-capitão como pré-candidato à Presidência da República para 2018. “Recebo a indicação como pré-candidato à Presidência da República pelo PSC como missão. Vamos afinar o discurso, mas pode ter certeza que o direcionamento será para a direita”, disse Bolsonaro, na época.
Ex-deputado, Everaldo é pastor na Igreja Assembleia de Deus e tem um longo histórico de relação com o clã Bolsonaro, mas virou desafeto após o rompimento de relações entre o presidente e o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
Em junho deste ano, o pastor chegou a afirmar ter “fé plena” que o governador se livraria do processo de impeachment. Witzel, no entanto, acabou afastado do cargo nesta sexta por decisão do STJ. O Tribunal também deu ordens de busca e apreensão na sede do governo do Rio e em estabelecimentos ligados à primeira-dama do Estado, Helena Witzel.
No governo Witzel, como prova de aliança entre ambos, Everaldo recebeu a Cedae, estatal de águas e esgotos do Estado, como um "presente" do governador. Com isso, pode nomear e administrar a estatal como quisesse. A estatal, no entanto, está na fila para ser privatizada.
Everaldo também já foi citado em delações da Odebrechet por recebimento de propina. Ele teria recebido R$ 6 milhões da empreiteira para que, em 2016, quando foi candidato a presidente da República, jogasse sua candidatura a favor de Aécio Neves (PSDB) e o ajudasse nos debates.
Confira trecho do batizado de Jair Bolsonaro: