A PGR (Procuradoria-Geral da República) arquivou por falta de provas uma investigação e um trecho de uma delação premiada a respeito de supostas propinas pagas pelo doleiro Dario Messer ao procurador regional da República Januário Paludo, integrante da operação Lava Jato do Paraná.
No trecho que foi desconsiderado da delação, Messer declarou ter destinado US$ 50 mil por mês entre 2005 e 2013 a Paludo para que fosse protegido pelo MPF-PR (Ministério Público Federal do Paraná).
O objetivo do repasse mensal durante esses 8 anos seria evitar que o MPF investigasse atos de lavagem de dinheiro e evasão ilegal de divisas que envolvessem o doleiro. Na delação, não está claro a forma de como os pagamentos supostamente eram feitos. Messer apenas aponta seus operadores como intermediários.
Paludo nega ter recebido qualquer quantia de Messer ou de qualquer investigado, ou mesmo ter se encontrado com o doleiro. O procurador afirma que "supostos fatos [delatados pelo doleiro] foram avaliados por uma instância independente do Ministério Público, com controle do Poder Judiciário, e foram arquivados por se entender que não há mínimas provas do envolvimento do procurador em ilícitos".
Messer reconheceu na delação que nunca esteve com Paludo. Disse, porém, acreditar na efetividade da compra da tal proteção "já que nunca foi incomodado pelas autoridades de Curitiba", as quais o investigaram no caso Banestado, a partir de 2005.
"Filhos de Januário"
Januário Paludo Integra a Lava Jato desde sua criação, no ano de 2014.
Membro do MPF desde 1992, Paludo sempre foi tido como uma referência para os membros da força-tarefa, devido ao fato de ser o mais experiente entre eles.
O procurador batizou o "Filhos de Januário”, um dos grupos de Telegram usado pelos procuradores, cujo conteúdo foi revelado por uma série de reportagens do site The Intercept Brasil.
Com informações do UOL