O recentemente anunciado Casa Verde e Amarela, programa habitacional do governo de Jair Bolsonaro, veio para substituir o Minha Casa Minha Vida, criado por Dilma Rousseff, e realmente se parece muito em diversos aspectos, mas também há diferenças importantes, e a maior delas foi denunciada nesta terça-feira (25) por Raimundo Bonfim, colunista da Fórum e coordenador nacional do CMP (Central de Movimentos Populares).
Segundo o líder social, “ao contrário do Minha Casa Minha Vida, que atendia a parte mais carente da população, com subsídios para permitir que este segmento tivesse acesso à moradia, o Casa Verde Amarela deixa de fora a Faixa 1, justamente as famílias mais necessitadas, com renda até R$ 1,8 mil”.
Bonfim também reclama que “a elaboração do Casa Verde e Amarela acontece à revelia dos movimentos populares urbanos que atuam na área, com vasta contribuição na luta por moradia popular e formatação de programas destinados à moradia digna, especialmente para a população com baixa renda ou desempregada. Para formatar o programa, o governo deixou de fora os movimentos populares urbanos, mas chamou os setores empresarias da habitação e dos bancos”.
“Ao chamar apenas representantes de setores empresariais para discutir uma questão tão importante para milhões de pessoas, Bolsonaro, mais uma vez, deixa claro para quem governa: para os ricos e poderosos”, completa o colunista.
O programa Minha Casa Minha Vida, abandonado por Bolsonaro, entregou mais de 4 milhões de unidades habitacionais desde 2009. Isso significa investimentos de cerca de 105 bilhões de reais, que beneficiaram mais de 16 milhões de pessoas.
Já o Casa Verde e Amarela, apesar das diferenças apontadas por Bonfim, pretende repetir o sucesso do programa petista, que inspirou tanto os bolsonaristas que o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, acabou chamando o novo projeto de Minha Casa Minha Vida, em plena cerimônia de lançamento, nesta terça (25).