Desesperado, Dallagnol faz "textão" no Twitter contra seu afastamento da Lava Jato

Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) já teria maioria formada para afastar o coordenador da força-tarefa; Fux, do STF, no entanto, travou julgamento

Foto: Reprodução/YouTube
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O coordenador da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, mostrou certo desespero, nesta segunda-feira (17), ao divulgar um "textão" no Twitter contra a possibilidade de ser afastado da operação.

Isso porque o julgamento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que pode afastá-lo da Lava Jato está previsto para acontecer nesta terça-feira (18) e, de acordo com um dos integrantes do Conselho, já há maioria formada contra Dallagnol.

"Após 6 anos de Lava Jato, eu jamais fui punido ou sequer foi instaurado processo disciplinar por meus atos em investigações e processos, analisados com lupa pela Justiça e sociedade", escreveu em meio a uma sequência de tuítes.

"O que está em jogo não é apenas o meu futuro ou o da Lava Jato. O exemplo que vai ficar será um recado para o futuro de promotores e procuradores. Eles poderão trabalhar contra a corrupção de modo combativo como trabalhei, sem medo de sofrerem retaliações?", completou.

https://twitter.com/deltanmd/status/1295479833879891968

O julgamento do CNMP atende a duas ações contra Dallagnol: uma apresentada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e outra apresentada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Renan acusa o procurador de ter atuado politicamente contra sua eleição para a presidência do Senado, em 2019, enquanto Kátia Abreu aponta irregularidades na tentativa de criação de uma fundação por Dallagnol para receber R$ 2,5 bi que foram pagos pela Petrobras em processo nos EUA. O caso envolveu toda uma negociata do procurador diretamente com autoridades dos EUA, como revelou reportagem da Vaza Jato.

Fux trava julgamento no CNMP

Segundo a coluna Radar, da revista Veja, o ministro do STF, Luiz Fux, atendeu parcialmente a um pedido de Dallagnol e determinou que o CNMP "se abstenha de considerar a penalidade aplicada" contra o procurador no julgamento desta terça-feira.

Com a decisão, o órgão terá que deve aguardar o julgamento da ação no STF para poder tomar medidas mais duras contra o procurador.

De acordo com Fux, a iminência do julgamento "nos quais eventuais condenações poderão vir a ser agravadas pela vigência da penalidade objeto a presente ação, revela a existência de periculum in mora, apto a ensejar a concessão de tutela provisória de urgência na espécie, na medida em que eventual aplicação de penalidade indevidamente agravada poderá gerar situação impassível de reversão ao status quo anterior".